Katia Lerner

Permanente

katia.lerner@icict.fiocruz.br

 

 Currículo Lattes

Kátia Lerner possui graduação em sociologia pela Pontifícia Católica do Rio de Janeiro (1991), mestrado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996) e doutorado em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004) com doutorado sanduíche em sociologia pela University of California/Los Angeles (2001).

Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, é Vice-Líder do Grupo de Pesquisa do CNPq Comunicação e Saúde e Editora Associada da Revista Interface. Foi Assistente de Ensino do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT/FIOCRUZ) entre agosto de 2019 e julho de 2021, onde esteve, junto com Mônica Magalhães, à frente da coordenação do Ensino da unidade e da elaboração de seu Projeto Político Pedagógico. Coordenou também o Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) entre julho de 2016 e agosto de 2018 e o GP Comunicação, Divulgação Científica, Saúde e Meio Ambiente da Intercom, entre 2017 e 2020. Atuou como chefe do Laboratório de Pesquisa em Comunicação e Saúde de 2006 a 2011. Foi responsável pela coordenação do Projeto da USC Survivors of the Shoah Visual History Foundation no Rio de Janeiro entre 1996-1999, quando também atuou como entrevistadora e tornou-se, até 2013, sua representante no Brasil junto com Anita Pinkuss.

Sua tese de doutorado, vencedora do Prêmio Mario de Andrade da Biblioteca Nacional em 2018, originou o livro Memórias da dor: coleções e narrativas do Holocausto (Brasília: IBRAM, 2013). Organizou, junto com Igor Sacramento, a coletânea Saúde e Jornalismo: interfaces contemporâneas (Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2014), finalista do Prêmio Jabuti de 2015 na categoria comunicação. Organizou, ainda, junto com Arquimedes Pessoni, o livro Meio Ambiente, Saúde e Divulgação Científica: questões comunicacionais (São Caetano do Sul: USCS/Intercom, 2020).

Tem experiência nas áreas de comunicação, saúde e antropologia, atuando em temas ligados a memória, identidade social, mídia,corpo, doença, medicalização e narrativas biográficas.

 

Conheça as publicações mais recentes da docente:

EMMERICH, T. ; CAVACA, A. ; OLIVEIRA, A. E. ; SANTOS NETO, E. ; LERNER, K. . Doenças midiaticamente negligenciadas e estratégias de visibilidade na percepção de atores-chave. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 26, p. 933-950, 2019.

SALDANHA, E. F. ; BARCELLOS, C. ; XAVIER, D. R. ; LERNER, K. ; CARNAVALLI, K. M. . Estudo de análise de rede do fluxo de pacientes de câncer de mama no Brasil entre 2014 e 2016. CADERNOS DE SAÚDE PÚBLICA, v. 35, p. e00090918, 2019.

FARIA, A. F. ; LERNER, K. . 'Reaprender a viver': os sentidos da morte e do sofrimento entre mães que perderam filhos. Revista M - Estudos sobre a Morte os Mortos e o Morrer, v. 4, p. 180-200, 2019.
 
LEITE, T. C. ; LERNER, K. . Notícias sobre a nova classificação das identidades trans: uma análise das fontes citadas em reportagens publicadas no Brasil.. RECIIS - Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, v. 13, p. 314-329, 2019.
 
FARIA, A. F. ; LERNER, K. . Luto e medicalização: gestão do sofrimento entre mães que perderam filhos. PHYSIS. REVISTA DE SAÚDE COLETIVA (ONLINE), v. 29, p. 1-18, 2019.
Projeto(s) de pesquisa
Covid-19 nas mídias: Em quem confiar? Narrativas, atores e polêmicasIA
Anunciada pelas autoridades chinesas em 31 de dezembro de 2019, a síndrome respiratória aguda grave referente ao vírus Sars-CoV-2 provocou uma crise sanitária de proporções mundiais, afetando a economia e modificando os hábitos e costumes da população ao redor do planeta. Desde o anúncio dos primeiros casos na China, sua disseminação atingiu níveis inéditos de velocidade e magnitude, levando a Organização Mundial de Saúde a decretar estado de pandemia em março de 2020. Em um mundo caracterizado pela hiperconexão em tempo real, as notícias sobre a pandemia acompanham par e passo o ritmo da propagação do vírus. Notícias que, desde o advento e popularização da internet, não têm nos meios jornalísticos sua principal origem, já que a comunicação em rede promove a escalada também exponencial dos produtores e da circulação de informações em diferentes plataformas digitais, atravessadas pelas lógicas algorítmicas numa sociedade marcada pela datificação. Este projeto tem com objetivo compreender os argumentos e as bases de sustentação das principais polêmicas relacionadas às medidas sanitárias para o enfrentamento da Covid-19, visando o aperfeiçoamento das estratégias públicas de comunicação voltadas à ampliação do conhecimento e da confiança nas medidas de prevenção e controle da doença. A compreensão deste cenário é indispensável para o aprimoramento de estratégias de comunicação que se contraponham, de forma mais eficaz, às visões que negam as medidas de prevenção e controle da pandemia. A partir do mapeamento dos temas com maior ressonância, iremos localizar os pontos que catalisam os principais medos, ansiedades e conflitos sociais. Desta cartografia fazem parte os modos com que os protagonistas buscam construir legitimidade e, ainda, o que (e quem) merece (des)confiança, os valores e sentidos com que se identificam. Para tanto, serão analisadas a cobertura jornalística e as narrativas leigas, incluindo as notícias falsas. Estaremos atentos aos processos que se valem de sistemas de conhecimento consagrados, como a própria ciência, e seus impactos na saúde pública, em especial no Sistema Único de Saúde (SUS). Esta proposta está vinculada ao Observatório Covid-19 da Fiocruz, que tem o objetivo de monitorar, fornecer evidências e tendências para gestores, pesquisadores e sociedade civil no enfrentamento desta pandemia no país. Sua rede abrange diversas unidades da Fiocruz e instituições brasileiras como Uerj, UFRJ, UFPE, UFCE, além de cooperações internacionais como London School of Hygiene and Tropical Medicine, York University, London School of Economics, Kings College of London, Pasteur Institute, CERMES-France, INSERM, entre outras. O projeto conta com apoio da Wellcome Trust.
Testemunho, mídia e sofrimento: narrativas sobre adoecimento e morte por câncer nas redes sociais

Esse projeto tem como objetivo compreender como o sofrimento e a morte relacionados ao adoecimento por câncer vêm emergindo no espaço público no âmbito de uma sociedade marcada pela midiatização. Em meio a um contexto em que vigora uma nova economia moral na qual o sofrimento individual tornou-se uma emoção socialmente reconhecida e valorizada, proliferam no espaço público narrativas autobiográficas de sofrimentos que antes seriam considerados privados e íntimos, entre eles, aqueles relativos ao adoecimento. Tanto a intensa produção como a ampla circulação destes testemunhos estão ligadas às novas condições de comunicabilidade, marcadas pela ampliação das possibilidades tecnológicas e a incorporação de novas lógicas e racionalidades massmidiáticas. Esses processos de subjetivação em curso têm na ideia de vítima uma força poderosa, reconfigurando questões de agência, culpa/inocência/ responsabilidades, modos de endereçamento, critérios de verdade e formas de explicar o sofrimento. Para realizar a investigação proposta, serão privilegiados blogs e grupos de Facebook, cujo mapeamento inicial será seguido da realização de uma etnografia no espaço digital. Entende-se que a comunicação realizada através da internet diz respeito tanto aos modos como se dão as interações entre os atores sociais quanto aos próprios resultados de tais interações, entendendo a tecnologia enquanto uma mediação importante na construção da narrativa investigada..