Experiência, narrativa e práticas infocomunicacionaissobre o cuidado no comportamento suicida

O presente estudo é uma pesquisa qualitativa que propõe investigar o vivido subjetivo nos comportamentos suicidas e na rede social de proximidade. Partimos do pressuposto de que conhecer esta experiência através dos significados e valores que lhe são socialmente conferidos, pode ser uma ferramenta útil na construção de um saber compartilhado. O objetivo central é compreender como se dá a construção de significados e interpretações, que se desenvolvem a partir de processos comunicativos e interativos, em torno do comportamento suicida. Para tanto, num primeiro momento fizemos uma revisão de literatura de três temas: suicídio e suicidologia, dando ênfase aos aspectos ligados a infocomunicação; rede social e saúde mental; narrativas e experiência de adoecimento/sofrimento. Em um segundo momento, partimos para a pesquisa de campo. Utilizamos como método de coleta de dados o instrumento McGill MINI Narrativa de Adoecimento, uma entrevista semi-estruturada construída para elicitar narrativas de adoecimento/sofrimento Foram entrevistadas onze pessoas. Para análise as narrativas colhidas, aprofundamos o estudo do método antropológico-fenomenológico, tendo como base os seguintes marcos teóricos: comportamento suicida, experiência de adoecimento ou de sofrimento; narrativa de doença; itinerário terapêutico; cuidado e práticas infocomunicacionais. Em reuniões semanais, com o grupo de pesquisa coordenado pelo orientador da tese, os dados qualitativos passaram pelas seguintes fases de análise: exposição ao conteúdo, análise de temas recorrentes, identificação e idiossincrasias e exceções, processo de codificação, negociação de códigos, criação de categorias e submissão das categorias ao material bruto empírico para refinamento Chegamos a cinco categorias pautadas nas seções da MINI: sobre a experiência: o suicídio em cena; sobre a infocomunicação na rede social; sobre causas e explicações; modelos itinerários terapêuticos; impactos sobre a vida. Nossa investigação destaca modelos híbridos e complexos que apontam para este agravo como: um fenômeno simultaneamente coletivo e individual; como uma experiência que pode ser desdobrada em vivências logicamente acessíveis; como um problema de assistência ligado à discussão dos campos de promoção de saúde; e como um modelo privilegiado para o estudo das diferentes combinações entre experiências, saberes e práticas infocomunicacionais utilizadas pelos indivíduos

Orientador
Carlos Eduardo Freire Estellita-Lins
Autor
Mariana Bteshe
Citação

BTESHE, Mariana. Experiência, narrativa e práticas info-comunicacionais sobre o cuidado no comportamento suicida. 2013. 189f. Tese (Doutorado em Informação e Comunicação em Saúde) – Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Rio de Janeiro, RJ, 2013.

Ano
2013
Banca (Integrantes Externos)
Blanca Susana Guevara Werlang
Octavio Domont de Serpa Junior
José Carvalho Noronha
Márcia Texeira
Carlos Estellita Lins
Regina Maria Marteleto
Tipo de documento
Tese