Izamara Bastos Machado

Permanente

 

izamara.bastos@fiocruz.br

 

   Currículo Lattes

Doutora e mestre em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2020). Graduada em Comunicação Social/Jornalismo (1998). Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação (Stricto Sensu) em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS) do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Exerço atividades de pesquisa, ensino e gestão na Fundação Oswaldo Cruz desde 2006. Membro titular do Comitê de Ética (CEP 5241 – da Fundação Oswaldo Cruz/CEP-EPSJV) entre setembro de 2020 e julho de 2024. Integro a equipe de pesquisadores do Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces) do Icict/Fiocruz. Coordenei o Laboratório de Comunicação e Saúde (Laces/Icict/Fiocruz) entre 2021-2023. Fui coordenadora executiva, ao longo de oito anos (2008-2016), do projeto "Observatório Saúde na Mídia" (do Laces). Atuei na coordenação do GT História do Jornalismo da Rede Alfredo de Carvalho (Rede Alcar) entre 2019 e 2023 e, em 2024, atuei na coordenação do GT História do Jornalismo da Alcar Sudeste. Integro a equipe de pesquisadores dos grupos de pesquisa CNPq: Nechs (Núcleo de Estudos em Comunicação, História e Saúde) do Icict/Fiocruz; Memento (Mídia, Memória e Temporalidades), do Núcleo de Estudos e Projetos em Comunicação (NEPCOM) da Escola de Comunicação da UFRJ; Comunicação e Saúde (Icict/Fiocruz); colaboro com o Grupo Sensus - Comunicação e Discursos (Saúde, Sensibilidades e Violências) da Faculdade de Comunicação da UFJF. Integro a Rede de pesquisadores Historicidades dos Processos Comunicacionais. Fui vice-coordenadora do curso de Especialização em Comunicação e Saúde (ICICT/Fiocruz) e foi coordenadora de módulo, no mesmo curso, nos anos 2009 e 2010. Atuei como professora (graduação) dos cursos de Comunicação Social - Jornalismo e Publicidade e Propaganda - da Universidade Salgado de Oliveira/Universo (Niterói/RJ), entre 2003 e 2014, e, também, fui docente na Faculdade Pinheiro Guimarães - no curso de Jornalismo, entre 2009 e 2011. Em 2024, coordeno a disciplina eletiva "Introdução à Comunicação e Saúde", na ECO/UFRJ (fruto da parceria entre PPGICS/Icict e ECO/UFRJ). Atuei como voluntária na equipe de pesquisadores do Global Media Monitoring Project (GMMP) em 2020. Dedico-me aos estudos que abordam as seguintes temáticas: Comunicação, Mídia; Jornalismo; Saúde Pública; SUS, Memória; Historicidades/História; Saúde; Mulheres e mídia.  Sou coordenadora do projeto “O SUS midiático e a pandemia de Covid-19 no Brasil" e integro a equipe de pesquisadores dos projetos "Formação de comunicadores da saúde em contexto da desinformação"; "Formação de trabalhadores da atenção primária para o enfrentamento à desinformação sobre vacinação"; "Negacionismo e desinformação: saúde e doença em tempos de pós-verdade"; "A experiência como evidência: a internet e os testemunhos antivacinação no Brasil contemporâneo (1999-2022)".

 

Conheça as publicações mais recentes da docente

MACHADO, I. B.; OLIVEIRA, R. S.; BORGES, V. C. Q. Sentidos da ‘quarentena’ no jornal O Estado de S. Paulo nas pandemias de gripe espanhola e covid-19. In: BORGES, W. C. B.; PEREIRA NETO, A. (org.). Comunicação, poder e processos sociais em saúde: paradigmas, abordagens e tendências. 1ed. São Roque, SP: Gênio Editorial, 2024. v. 1. p. 67-89.

 

- TAVARES, M. S.; MACHADO, I. B.; GUIMARAES, T. 8 de março: corporeidades e espacialidades em "O Globo". In: SILVA, F. M. da; TASSIS, N.; AZEVEDO, R. J.; FERREIRA, T. E. (org.). Corpos em tempos e espaços: reflexões sobre a historicidade dos processos comunicacionais. 1ed. Belo Horizonte: Selo PPGCOM/UFMG, 2024. v. 1. p. 285-314. Disponível em: https://seloppgcomufmg.com.br/publicacao/corpos-em-tempos-e-espacos/


- MACHADO, I. B. O SUS midiático e a chegada da covid-19 ao Brasil na cobertura do jornal O Globo. In: MALINVERNI, Cláudia; BRIGAGÃO, J. I. M.; CARDOSO, J.; VILLELA, E. F. M.; BUGUEÑO, C. R. Z. (org.). Desinformação e covid-19: desafios contemporâneos na comunicação e saúde. 1ed. São Paulo: Instituto de Saúde, 2023. v. 1. p. 135-160. Disponível em: https://portolivre.fiocruz.br/desinformacao-e-covid-19-desafios-contemporaneos-na-comunicacao-e-saude


- MOURA, R. L. ; MACHADO, I. B.; OLIVEIRA, T. C. A. F. A.; FRANKLIN, C. F. M. O espaço da morte na experiência da Covid-19. In: FONSECA, M. G. C.; GUTMANN, J.; JÁCOME, P.; RIBEIRO, A. P. G. (org.). Temporalidades e espacialidades nos processos comunicacionais. 1ed. Belo Horizonte: Selo PPGCOM, 2023. p. 455-476. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/69033/2/Temporalidades%20e%20espacialidades%20nos%20processos%20comunicacionais.pdf

 

- AZEVEDO, J. H. P.; CARVALHO, C. A.; CIRINO, J. A. F.; FERREIRA, V.; FRANKLIN, C. F. M.; MACHADO, I. B.; MINEIRO, E. . Aids e HIV como acontecimentos catastróficos e o evitamento da catástrofe: reflexões a partir de Caio Fernando Abreu e Herbert Daniel. In: MAIA, J.; BERTOL, R.; VALLE, F.; MANNA, N. (org.). Catástrofes e crises do tempo: historicidades dos processos comunicacionais. 1ed. Belo Horizonte: Fafich/Selo PPGCOM/UFMG, 2020. p. 127-146. Disponível em: https://seloppgcomufmg.com.br/wp-content/uploads/2019/11/Catastrofes-e-crises-do-tempo-Selo-PPGCOM-UFMG.pdf

Projeto(s) de pesquisa
O SUS midiático e a pandemia de Covid-19 no Brasil

Desde a sua criação, o SUS tem estado em meio a um campo de tensões. Gestores, políticos, usuários, imprensa apresentam uma multiplicidade de perspectivas sobre o que é e o que deveria ser o sistema, catalisando por vezes debates inflamados. Por ser considerado uma grande conquista coletiva na década de 80, com a pretensão de ser universal, gratuito e integral, representou uma transformação na concepção do que se entendia por cidadania no país. Somado a este debate, é notório que cada vez mais os meios de comunicação ocupam um lugar central na construção de sentidos acerca dos mais variados temas da vida cotidiana. Nesta pesquisa o foco está especialmente voltado para as narrativas midiáticas sobre a saúde pública brasileira. Nosso olhar está voltado para as narrativas jornalísticas sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os sentidos que emergem sobre o SUS nos principais noticiários brasileiros, especialmente no período da pandemia de Covid-19 no Brasil. O objetivo é identificar e analisar os modos pelos quais o jornalismo produz sentidos sobre o SUS, durante a história recente do Brasil, na vivência da pandemia de Covid-19. Para isto, busca-se considerar as diferentes configurações (lógicas, debates, dinâmicas, disputas) do campo do jornalismo e da saúde, buscando refletir sobre as historicidades implicadas nos processos de comunicação midiática. A pesquisa buscará identificar como a saúde pública brasileira é apresentada pelos meios de comunicação e, principalmente, procurará apreender o(s) conceito(s) de SUS construído pelo jornalismo no decorrer da história do tempo presente - que consideramos colaborar para a consolidação do conceito de “SUS Midiático”. 

Muitos são os estudos sobre a pandemia de Covid-19 nos últimos tempos - o que demostra a relevância e urgência dos debates. Portanto, é necessário que estejamos atentos à questão da emergência sanitária que estamos vivendo e aproveitemos a oportunidade para a amplificação do debate em torno do Sistema Único de Saúde, tendo em vista que durante décadas o SUS recebeu ataques fervorosos por parte da imprensa e também, por vezes, de políticos/governantes. Ao reconheceremos que as narrativas midiáticas são responsáveis por “contar” parte da história do SUS e da pandemia de Covid-19, reforçarmos a importância de estudos como este para a sociedade como um todo.

Neste estudo, propõe-se estabelecer um diálogo entre alguns dos pressupostos teóricos indicados por Mikhail Bakhtin, com foco nos conceitos de dialogismo e polifonia, correlacionando com algumas inspirações metodológicas do campo da História. O investimento metodológico será na interface dos estudos de linguagem com os estudos históricos, por considerarmos que o passado, o presente e o futuro estão interconectados e que são os discursos que vão dar sentido ao mundo. Buscaremos identificar a materialidade dos textos presente nos periódicos, apontando a historicidade dos processos comunicacionais.

Pensar o SUS como conceito construído ao longo do tempo tem sido um exercício importante para as análises sobre SUS e mídia. Outra consideração importante para os estudos em Comunicação, Informação e Saúde é a valorização dos estudos sobre Memória. Reconhecer os meios de comunicação como importantes atores sociais que contribuem para a produção de memórias no mundo, é também considerar que a imprensa tem contribuído para a produção de memórias sobre os temas da Saúde. Por isso, uma abordagem que também privilegie os debates sobre lembrança e esquecimento é uma das chaves de leitura aqui proposta neste projeto.

Enfim, a pesquisa buscará fazer análise da relação entre imprensa e saúde pública no Brasil reconhecendo o direito à comunicação como inerente ao direito à saúde e levando em conta os processos de produção de sentidos.