Izamara Bastos Machado

Permanente

 

izamara.bastos@icict.fiocruz.br

 

   Currículo Lattes

Doutora (2020) e Mestre (2005) em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo (1999). Integra, desde 2006, e chefia, desde 2021, a equipe de pesquisadores do Laboratório de Pesquisa em Comunicação e Saúde (LACES), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da FIOCRUZ.  Integrante dos Grupos de Pesquisas (CNPq): "Núcleo de Estudos em Comunicação, História e Saúde" (Nechs/LACES - ICICTFiocruz); "Comunicação e Saúde" (Laces - ICICT-Fiocruz); e o "SENSUS - Comunicação e Discursos" (UFJF). Membro, desde 2020, da equipe do colegiado do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (CEP-EPSJV). Exerceu, ao longo de oito anos (2008-2016) a coordenação executiva do projeto "Observatório Saúde na Mídia" (Laces/ICICT/Fiocruz), é vice-coordenadora do GT de História do Jornalismo (Edições 2019 e 2021) do Encontro Nacional de História da Mídia, promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (ALCAR). Foi vice coordenadora do curso de Especialização em Comunicação e Saúde (ICICT/Fiocruz) e foi coordenadora de módulo, no mesmo curso, (anos 2009 e 2010). Atuou como professora (graduação) dos cursos de Comunicação Social - Jornalismo e Publicidade e Propaganda - da Universidade Salgado de Oliveira/UNIVERSO (Niterói/RJ), entre 2003 e 2014, e, também, fui na Faculdade Pinheiro Guimarães - no curso de Jornalismo, entre 2009 e 2011. Dedica-se atualmente aos estudos que abordam as seguintes temáticas: Comunicação, Mídia; Saúde Pública/SUS, Memória; Historicidades/História; Saúde; Mulheres.

 

Conheça as publicações mais recentes da docente

MANDARINO, ANA CRISTINA DE SOUZA ; GOMBERG, ESTÉLIO ; MACHADO, IZAMARA BASTOS . Conexões entre Terreiros de Candomblé, Agências Sociais e Saúdes. REVISTA BRASILEIRA DE PESQUISA EM SAÚDE, v. 21, p. 134-143, 2020.

MACHADO, IZAMARA BASTOS. O Globo e a Produção de Memórias sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Revista Brasileira de História da Mídia, v. 9, p. 149-170, 2020.

MACHADO, Izamara Bastos; BORGES, W. C. ; RIBEIRO, A. P. G. . SAÚDE E MEMÓRIA NAS PÁGINAS DA RADIS:O PASSADO SE FAZ PRESENTE. MÍDIA E COTIDIANO, v. 13, p. 231-255, 20

SACRAMENTO, I. ; MACHADO, Izamara Bastos ; NEGRINI, M. . A Morte de Dona Marisa Letícia: o biográfico e os trabalhos da memória no Jornal Nacional. REVISTA CONTRACAMPO, v. 37, p. 127-148, 2018.

SACRAMENTO, Igor ; MACHADO, Izamara Bastos . Immigration as a risk factor to health: analysing Folha de S. Paulo's representation of an African immigrant during the Ebola outbreak. COMUNICAÇÃO E SOCIEDADE, v. 28, p. 49-71, 2015.

Projeto(s) de pesquisa
O SUS MIDIÁTICO E A PANDEMIA DE COVID-19 NO BRASIL

Desde a sua criação, o SUS tem estado em meio a um campo de tensões. Gestores, políticos, usuários, imprensa apresentam uma multiplicidade de perspectivas sobre o que é e o que deveria ser o sistema, catalisando por vezes debates inflamados. Por ser considerado uma grande conquista coletiva na década de 80, com a pretensão de ser universal, gratuito e integral, representou uma transformação na concepção do que se entendia por cidadania no país. Somado a este debate, é notório que cada vez mais os meios de comunicação ocupam um lugar central na construção de sentidos acerca dos mais variados temas da vida cotidiana. Nesta pesquisa o foco está especialmente voltado para as narrativas midiáticas sobre a saúde pública brasileira. Nosso olhar está voltado para as narrativas jornalísticas sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os sentidos que emergem sobre o SUS nos principais noticiários brasileiros, especialmente no período da pandemia de Covid-19 no Brasil. O objetivo é identificar e analisar os modos pelos quais o jornalismo produz sentidos sobre o SUS, durante a história recente do Brasil, na vivência da pandemia de Covid-19. Para isto, busca-se considerar as diferentes configurações (lógicas, debates, dinâmicas, disputas) do campo do jornalismo e da saúde, buscando refletir sobre as historicidades implicadas nos processos de comunicação midiática. A pesquisa buscará identificar como a saúde pública brasileira é apresentada pelos meios de comunicação e, principalmente, procurará apreender o(s) conceito(s) de SUS construído pelo jornalismo no decorrer da história do tempo presente - que consideramos colaborar para a consolidação do conceito de “SUS Midiático”. 

Muitos são os estudos sobre a pandemia de Covid-19 nos últimos tempos - o que demostra a relevância e urgência dos debates. Portanto, é necessário que estejamos atentos à questão da emergência sanitária que estamos vivendo e aproveitemos a oportunidade para a amplificação do debate em torno do Sistema Único de Saúde, tendo em vista que durante décadas o SUS recebeu ataques fervorosos por parte da imprensa e também, por vezes, de políticos/governantes. Ao reconheceremos que as narrativas midiáticas são responsáveis por “contar” parte da história do SUS e da pandemia de Covid-19, reforçarmos a importância de estudos como este para a sociedade como um todo.

Neste estudo propõe-se estabelecer um diálogo entre alguns dos pressupostos teóricos indicados por Mikhail Bakhtin, com foco nos conceitos de dialogismo e polifonia, correlacionando com algumas inspirações metodológicas do campo da História. O investimento metodológico será na interface dos estudos de linguagem com os estudos históricos, por considerarmos que o passado, o presente e o futuro estão interconectados e que são os discursos que vão dar sentido ao mundo. Buscaremos identificar a materialidade dos textos presente nos periódicos, apontando a historicidade dos processos comunicacionais.

Pensar o SUS como conceito construído ao longo do tempo tem sido um exercício importante para as análises sobre SUS e mídia. Outra consideração importante para os estudos em Comunicação, Informação e Saúde é a valorização dos estudos sobre Memória. Reconhecer os meios de comunicação como importantes atores sociais que contribuem para a produção de memórias no mundo, é também considerar que a imprensa tem contribuído para a produção de memórias sobre os temas da Saúde. Por isso, uma abordagem que também privilegie os debates sobre lembrança e esquecimento é uma das chaves de leitura aqui proposta neste projeto.

Enfim, a pesquisa buscará fazer análise da relação entre imprensa e saúde pública no Brasil reconhecendo o direito à comunicação como inerente ao direito à saúde e levando em conta os processos de produção de sentidos.