Resumo:
A biodiversidade botânica do Brasil, maior do planeta, também abriga rica pluralidade étnica e cultural sobre o uso terapêutico de plantas no cuidado em saúde. E, em meio à existência de variados imaginários na produção de informações sobre a chamada fitoterapia, a publicação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), em 2006, representa um importante marco para sua regulamentação e estímulo às cadeias produtivas envolvidas. Contudo, em espaços de discussão e deliberação, é possível observar uma maior deposição de legitimidade ao conhecimento biomédico, na contramão da proposta de valorização dos conhecimentos dos povos originários e quilombolas, das pessoas campesinas, pequenas agricultoras, benzedeiras, entre outras, ilustrando a permanência de conflitos históricos inerentes à construção do conhecimento ocidental sobre saúde, marcado por antagonismos, apropriações, silenciamentos e apagamentos. Dessa forma, considerando que o modo como narrativas são construídas e postas em circulação conduzem à cristalização de sentidos e à configuração da realidade, a pesquisa tem o objetivo de compreender se e como o antagonismo social emerge em narrativas sobre plantas de cura, além de analisar se elas favorecem ou não a manutenção de um imaginário colonial de subalternização dos conhecimentos tradicionais.
Aluna: Raíssa Vieira Ribeiro Ramos
Orientador: Wilson Couto Borges (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Bancas:
Titulares:
Izamara Bastos Machado (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Ana Lucia Silva Enne (PPGCULT/UFF)
Suplente:
Kátia Lerner (PPGICS/Icict/Fiocruz)