O avanço de casos de HIV/aids entre jovens se tornou objeto de preocupação de pesquisadores, gestores públicos e profissionais de saúde. Ao chegarem ao serviço público de saúde para iniciarem o tratamento, os jovens trazem demandas relativas ao impacto da soropositividade em seus projetos de vida que se iniciam. Nesta pesquisa, tivemos como objetivo analisar discursos sobre sexualidade e práticas sexuais de jovens vivendo com HIV e aids, em uma policlínica de referência na rede pública de saúde do município do Rio de Janeiro. Adotamos como referencial os princípios da análise dos discursos sociais e da produção social dos sentidos, de modo a evidenciar como o vínculo dos jovens com profissionais era um elemento importante de comunicação associado à humanização das práticas de saúde e à normatização das práticas sexuais. Para isso, desenvolvemos uma etnografia, de julho de 2013 a dezembro de 2014, na qual utilizamos para a coleta de dados as técnicas da observação participante de atendimentos individuais e de ações coletivas da policlínica, entrevistas com profissionais e jovens vivendo com HIV e aids e análise de documentos Concluímos que, diante das dificuldades de comunicação, por exemplo, com familiares, esses jovens podiam encontrar no vínculo com os profissionais suporte no enfrentamento do HIV/aids. No entanto, esse vínculo nem sempre pressupunha a discussão sobre determinados aspectos da sexualidade, como os diversos sentidos que os jovens tinham do sexo seguro
LIMA, V. M. de. Jovens vivendo com HIV e AIDS, vínculos e sexualidadeuma etnografia em uma policlínica do município do Rio de Janeiro. 2015. 96f. Dissertação (Mestrado em Informação e Comunicação em Saúde) - Fundação Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Rio de janeiro, RJ, 2015