Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que as perturbações mentais e comportamentais afetem 25% da população em algum momento da vida. Existem evidências de que algumas modalidades de intervenção primária possam reduzir os fatores de risco e fortalecer os fatores protetores, diminuindo a incidência e prevalência de algumas doenças mentais. Uma das formas de se fazer intervenção primária diz respeito às ações de comunicação e informação para os usuários, como mostram pesquisas feitas na Austrália sobre competência em saúde mental (mental health literacy). Este termo foi cunhado por Jorm (1997) para descrever como o conhecimento e as crenças sobre os transtornos mentais podem auxiliar em seu reconhecimento, gestão e prevenção. Este trabalho tem como objetivo identificar estratégias e iniciativas no campo da competência em saúde mental, desenvolvidas em diferentes realidades culturais, com vistas a contribuir com as políticas públicas de saúde no Brasil, sobretudo com o campo da promoção de saúde mental voltado para a depressão e para o suicídio. Para realizá-lo, foi feita uma busca bibliográfica nas bases de dados da Web of Science, Psycoinfo e Pubmed, utilizando como descritor ‘mental health literacy’, no período de 1997 a 2010. Como se pôde verificar na literatura estudada, é imprescindível o desenvolvimento de pesquisas (em saúde mental) que visem o reconhecimento dos problemas de competência em saúde mental, para a implementação de políticas públicas na área de saúde mental no Brasil.
OLIVEIRA, Verônica Miranda de. Competência em saúde mental (Mental Health Literacy): do conceito às estratégias na questão do suicídio no Brasil. 2011. Dissertação (Mestrado em Informação e Comunicação em Saúde) - Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2011.