A variação regional possibilita a análise das regiões de saúde e a percepção da variação injustificada, que demonstra uma sobreutilização ou subutilização do sistema, acarretando um desperdício ou dificuldade de acesso dos cidadãos, respectivamente. Características socioeconômicas e demográficas, como IDH, cobertura de saúde suplementar e densidade demográfica; estruturais, como médicos cardiologistas, leitos e unidades hospitalares; e geográficas, como a distância percorrida para realização do procedimento e o fato do procedimento ser realizado fora ou dentro da região, auxiliaram nas análises das regiões de saúde. Foram geradas tabelas, gráficos e mapas para melhor elucidar as informações dos sistemas oficiais de informação, disponíveis para acesso público no DATASUS, IBGE e PROADESS. Conclui-se que as regiões de saúde, mesmo sendo existentes com o intuito de organizar o território e provar serviços e equipamentos dantes impossíveis para alguns municípios isoladamente, não estão conseguindo cumprir o papel na atenção cirúrgica às doenças cardiovasculares. Foi observada uma variação significativa regional, com algumas regiões realizadas quase 50 vezes mais angioplastias que outras e cerca de 30 vezes mais revascularizações do miocárdio. Grande parte das regiões de saúde não realiza esses procedimentos, tendo seus cidadãos que os procedimentos em outra região de saúde realizam, percorrendo por vezes distâncias que chegam a 4 mil milhas. Desta forma, a análise da variação regional ajuda a detectar a necessidade de investimentos estruturais e de fixação de profissionais em diversas regiões da saúde que não possuem capacidade de suprir as necessidades de seus cidadãos adscritos.
LAMIN, Fábio Rodrigues. Análise da variação do cuidado prestado a graves do sistema cardiovascular nas regiões de saúde brasileiras. 2017. 65f. Dissertação (Mestrado) - Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde, Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, 2018.