Minha filha, minhas regras: análise dos argumentos em um grupo online sobre a implantação da vacina contra o HPV no Brasil

Formado por quase 5 mil membros até 2016, o grupo "Sou contra a vacina do HPV" surge no Facebook para confrontar os argumentos da estratégia de vacinação do governo brasileiro contra o Papilomavírus Humano, que tem por objetivo prevenir o câncer do colo de útero. Alegando que suas filhas sofreram efeitos colaterais graves após serem imunizadas, entre outras motivações contrárias à vacina expostas no grupo, os pais e demais responsáveis das meninas postam fotos, vídeos e enunciados que reforçam o discurso contrário à vacinação. Eles alertam sobre o "risco" da ação proposta pelo Ministério da Saúde. Neste contexto, as redes sociais na Internet estabelecem uma nova forma de exercer o controle social sobre políticas públicas de saúde. Dentre as diretrizes do SUS, a participação da comunidade pode ser expandida, contemporaneamente, aos ambientes virtuais, ampliando o direito a voz dos indivíduos agrupados em sites como o Facebook. As redes sociais na Internet são mediadoras entre o Estado e os cidadãos que reivindicam, de maneira consciente ou não, pelo direito à cidadania. Por tanto, o objeto deste estudo reflete os modos como as pessoas reivindicam seus direitos de cidadãos na Internet. Para discutir o objeto, a pesquisa é fundamentada em autores do campo da comunicação e saúde, análise de redes sociais, sociologia, filosofia, análise de conteúdo, etnografia virtual, netnografia, saúde pública, entre outros domínios interdisciplinares. Tendo como referência esses campos do saber, a produção discursiva do grupo antivacina HPV, situado na rede social Facebook, será colocada sob análise frente a estratégia de vacinação do governo no período entre Março de 2014 e Julho de 2015.

Orientador
Márcia de Oliveira Teixeira
Autor
José Eduardo Soares Saraiva
Citação

SARAIVA, José Eduardo Soares. Minha filha, minhas regras: análise dos argumentos em um grupo online sobre a implantação da vacina contra o HPV no Brasil. 2018. 108 f. Dissertação (Mestrado em Informação e Comunicação em Saúde)-Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.

Ano
2018
Palavras-chave
Comunicação em Saúde
Vacinas
Papillomaviridae
Rede Social
Participação da Comunidade
Tipo de documento
Dissertação