Quem fala, o que fala e como fala: conceitos, percepções e representações de saúde e doença na mídia: caso da tuberculose

Os meios de comunicação social são produtores de sentido e criadores de valores e hierarquia de valores. Quando este processo está ligado a questões relativas à harmonia e desarmonia do corpo, refletindo no estado de saúde das pessoas, esta formação tem peculiaridades e estratégias específicas. A pesquisa procura analisar a formação de sentido de saúde e doença na mídia impressa, analisando as notícias veiculadas, como manchetes, em dois jornais do Rio de Janeiro (O Globo e Jornal do Brasil) e São Paulo (O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo), no período de um ano, que tratam do tema da tuberculose. Considerada uma doença com forte potencial simbólico, a tuberculose se relaciona com as sociedades ao longo do tempo, de diversas formas. Primeiro pela exclusão dos pacientes, com a criação dos sanatórios, posteriormente com o romantismo que gerou mitos na literatura e nas artes em geral, e posteriormente, com o advento da epidemia de Aids, com a pobreza e a exclusão dos grandes centros urbanos representados nos fortes dados de contágio entre moradores de rua, detentos e moradores de favelas. Os dados levantados foram classificados em fonte, assunto, periodicidade e relevância. E só então, através dos referenciais teóricos da Análise do Discurso, buscou-se analisar qualitativamente as diversas vozes, contexto e silenciamentos surgidos nesta amostra. Foram analisados 19 textos jornalísticos sobre tuberculose, que foram manchetes nesses quatro jornais no ano de 2009. Verificamos que a tuberculose foi tratada, na maioria das vezes, como uma questão grave de saúde pública que deve ser combatida pelos governos. Fica claro o predomínio de fontes oficiais e a pouca identificação de outras vozes dominantes que cobrem ações dos governos na luta contra a tuberculose, sobretudo pacientes.

Autor
Liandro da Cruz Lindner
Citação

LINDNER, Liandro da Cruz. Quem fala, o que fala e como fala: conceitos, percepções e representações de saúde e doença na mídia: caso da tuberculose. 2011. 103 f. Dissertação (Mestrado em Informação e Comunicação em Saúde) - Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2011.

Ano
2011
Palavras-chave
Tuberculose
Mídia
Jornal
Comunicação
Saúde
Doença
Banca (Integrantes PPGICS)
Inesita Soares de Araujo
Katia Lerner
Banca (Integrantes Externos)
Anete Trajman
Flávio Edler
Ana Paula Goulart Ribeiro
Tipo de documento
Dissertação