A tese "Quem consome fake news consome fake news? Os usos e sentidos atribuídos à ciência e ao jornalismo em canais sobre covid-19 no Telegram", de Ana Carolina Pontalti Monari, orientada pelo professor Igor Sacramento e co-orientada por Hully Falcão, foi selecionada para concorrer ao Prêmio Capes de Teses 2025.
A banca de seleção de teses para submissão ao Prêmio, designada pela Comissão de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (CPGICS), composta pelos professores Ana Luiza Braz Pavão, Viviane Santos Veiga e Marcio Sacramento de Oliveira, selecionaram por unanimidade a tese de Ana Carolina Monari considerando critérios estabelecidos pela Capes - originalidade do trabalho; relevância para o desenvolvimento científico e/ou tecnológico/econômico, e/ou político/social, e/ou saúde e bem-estar, e/ou ambiental; robustez e/ou reprodutibilidade da metodologia e análise de dados utilizados na tese; qualidade da redação, estrutura/organização do texto; grau de inovação e/ou interdisciplinariedade da tese; e qualidade e impacto(s) de produtos oriundos da tese.
Segundo a banca, a tese é pioneira ao mapear, via etnografia digital, a circulação de desinformação em saúde em plataformas de mensagens, oferecendo subsídios diretos para vigilância em mídias sociais. Além disso, a interdisciplinariedade, que conjuga Comunicação, Ciência da Informação e Saúde, e as propostas de monitoramento contínuo das correntes de fake news abrem caminho para ferramentas de saúde digital do SUS.
A tese de Ana Carolina Monari venceu o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2024 na categoria Ciências Humanas e Sociais. Em seu resumo, ela destaca que seu “estudo sustenta a tese de que não há uma desconfiança generalizada no jornalismo e na ciência, mas uma mudança na lógica de consumo de informações no século XXI: o conteúdo sobre ciência e saúde deixou de ser apenas transmitido pelas instituições e pelos meios de comunicação considerados tradicionais e ganhou novos formatos e opções de acesso (graças à internet e às redes sociais digitais), que nem sempre têm o compromisso com a produção e a transmissão de uma informação precisa e de qualidade”. Monari também a aponta o surgimento de, nesta nova lógica, outra forma de produção de conhecimento/verdade, pautada pela cisma e pela manutenção e pelo reforço das crenças pessoais. Diferentemente de outros trabalhos realizados no Brasil sobre o tema, que focam sua atenção na produção de textos e na checagem de fatos, ela toma como base a teoria das mediações de Martín-Barbero e a perspectiva antropológica para analisar os usuários dos canais sobre covid-19 no Telegram, utilizando a moldura do olhar etnográfico para descrever e interpretar os atores sociais, suas instituições, seus comportamentos interpessoais, suas produções materiais e suas crenças.
Para conferir os trabalhos analisados pela banca e mais detelhes do processo, acesse a Ata de Seleção para o prêmio Capes de Teses 2024/2025 .