Defesa de Dissertação de Mestrado

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Resumo

Título: COMO (NÃO) ENVELHECER: rosto e envelhecimento feminino nas revistas Ana Maria e Marie Claire                                                                   
Aluna: Maíra Valério Coutinho

Orientadora: Janine Miranda Cardoso (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:
Titulares
Dr. Igor Pinto Sacramento - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Vera Lúcia Marques da Silva - CLAVES/ENSP/FIOCRUZ

Suplentes
Drª Katia Lerner - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Natália Helou Fazzioni – PPGSA/IFCS/UFRJ

Data: 30/08/2021 - 2a. feira | Horário: 09h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/98278182650?pwd=eE5PK3hSM2NUU0ptMDNCRHBpNWl0UT09

ID da reunião: 982 7818 2650 | Senha: 681657

 

Resumo: Esta dissertação problematiza as relações entre beleza, saúde e o envelhecimento feminino na sociedade ocidental contemporânea, marcadas por intensos processos de (bio)medicalização. Para tensionar a naturalização desse elo, a beleza é entendida como tecnologia biopolítica que, a partir de diferentes interesses e atores envolvidos, pode acarretar discriminação e estratégias de controle social. Quando associada às prescrições antienvelhecimento, há o reforço, principalmente, do idadismo, associado à manutenção de papéis de gênero e do mercado consumidor da indústria da beleza. 

Em contraponto, para fazer avançar uma comunicação para além da formação de público consumidor, a partir da manutenção de inseguranças femininas e visando a manutenção de interesses capitalistas e políticas neoliberais, assume-se neste estudo a perspectiva da comunicação e saúde como direitos universais. Seu objeto empírico é formado por duas revistas da "imprensa feminina" voltadas para diferentes segmentos sociais, Ana Maria e Marie Claire. 

A análise comparativa de enunciados/enunciações se baseia no conceito de contrato de leitura proposto pelo semiólogo, antropólogo e filósofo argentino Eliseo Verón, de forma a considerar as imagens projetadas das revistas e suas leitoras, os vínculos e as relações propostas por cada publicação. Também considerou a configuração histórica e características atuais da “imprensa feminina”. Com esses aportes, foi analisado um conjunto de 30 edições publicado entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020. O período conjuga dois critérios: o calendário que orienta as publicações voltadas para mulheres, marcado por lançamento de coleção de moda e produtos de beleza – no caso a de primavera/verão – e para que se pudesse analisar o período mais recente possível, antes do início da pandemia da COVID-19. 

Entre seus principais resultados, destaca-se que, embora a velhice esteja em constante discussão e que comporte a abordagem de aspectos positivos, prevalece o ocultamento das marcas do passar do tempo. Isso pode ser notado na antecipação do tema para mulheres cada vez mais jovens, como prevenção do envelhecimento, entendido como manutenção da beleza em aparências joviais. E, ainda, nos rostos lisos, sem rugas, mesmo em mulheres com mais de 40 anos, nas duas publicações. Ana Maria, investe na biomedicalização da alimentação, direcionada para mulheres circunscritas ao âmbito doméstico, familiar e televisivo. Marie Claire, assume determinadas pautas feministas, como a diversidade de orientação sexual e defesa de direitos, anguladas para o sucesso profissional e autonomia individual de mulheres sofisticadas e cosmopolitas. Essa invisibilidade do rosto feminino que envelhece nas duas revistas, nos faz perguntar o quão envelhecer é realmente aceito, nos dias de hoje.

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