Resumo: Esta Dissertação se propõe a levantar o debate sobre a ausência de políticas de comunicação em saúde e estudos sobre a saúde do homem negro, bem como compreender sobre as discussões de gênero dentro do Sistema Único de Saúde, com ênfase em ações que fazem parte do escopo da saúde pública e coletiva, como a Política de Saúde Integral da População Negra e Política Nacional de Saúde do Homem. Para dar base a discussão são apresentadas perspectivas sobre masculinidade hegemônica, masculinidades subalternas e a necessidade de compreender o advento das masculinidades negras, assim como o imaginário e o lugar social que esta ocupa para que possamos entender suas especificidades e localizá-las dentro da disputa de poder que é atravessada pelo racismo, sexismo e classicismo, fazendo que estes sujeitos permaneçam esquecidos pelas ações de saúde promovidas pelas organizações e políticas públicas contribuindo para o fenômeno apontado por Mbembe como Necropolítica e racismo estrutura de Almeida. Desta forma, foi realizada a coleta de dados através do levantamento nos acervos do Portal de Periódicos da CAPES e o Banco de Recursos Audiovisuais em Saúde da Vídeo Saúde e análise de forma crítica dos itens localizados que estivessem em coerência com o tema da promoção a saúde do homem negro brasileiro a fim de compreender os esforços realizados para alcançar este grupo. Os resultados obtidos por meio do levantamento demonstram uma grande lacuna na produção acadêmica sobre o tema, com isso, a pesquisa foi redesenhada pautada na Metodologia da Problematização de Berbel e análise dados centrou-se em compreender, com base na experiência da construção da pesquisa, como a saúde do homem negro é vista pela saúde pública brasileira, bem como a negligência por parte das políticas de comunicação em saúde se ausentam do debate e não apresentam soluções para corrigir o problema da inequidade de raça e gênero incutidas nas ações em saúde, assim como o potencial das ferramentas de busca para contribuir com a invisibilização de étnicos minoritários e os efeitos deletérios causados pela interseccionalidade entre raça, gênero e classe em um país em que celebra a falácia da democracia racial.
Aluna: Thamires Gonçalves Pinto
Orientador: Igor Sacramento (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Banca:
Titulares
Dr.ª Daniela Muzi (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Dr. Julio César Alcântara dos Santos Sanches de Sousa (CES/UC)
Suplentes:
Dr.ª Janine Miranda Cardoso (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Dr.ª Flávia Pinto Leiroz (ECO-PÓS/UFRJ)