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Resumo
Resumo:
A Inteligência Artificial (IA) tem se consolidado como uma das inovações tecnológicas mais transformadoras da história contemporânea, com impactos profundos em setores essenciais como a saúde. Um dos grandes desafios atuais é a mobilização de capacidades coletivas e decisórias na saúde para que os princípios de responsabilidade, desde a concepção até a criação e uso das IAs, sejam efetivamente traduzidos em práticas concretas.
A noção de responsabilidade no uso da IA no setor saúde é uma questão complexa e heterogênea. A Inovação Responsável em Saúde (IRS) surge como uma lente teórica relevante para ampliar a noção de responsabilidade da IA (IARS) no contexto da saúde e orientar os governos na construção e conversão de imaginários sociotécnicos – articulados em estratégias e visões nacionais – sobre o futuro dos serviços e sistemas de saúde, nos quais a IA desempenhe um papel central. A presente pesquisa, de natureza qualitativa e caráter exploratório, teve como objetivo compreender como a responsabilidade nas inovações de IA em saúde está sendo moldada no Brasil, considerando as dinâmicas nos níveis macro (formuladores), meso (gestores) e micro (pesquisadores). Utilizou-se uma estratégia de coleta de dados, que integrou levantamento bibliográfico e documental e entrevistas, complementada pelo uso de IA e análise de conteúdo das entrevistas. Os resultados revelam dinâmicas de construção de valores que variam significativamente entre os níveis. Os resultados das análises mostraram que os formuladores priorizam a saúde da população e o sistema de saúde como valores fundamentais, os gestores equilibram essa prioridade com a ênfase no valor organizacional e os pesquisadores, por sua vez, demonstram uma abordagem mais ampla, que inclui os valores organizacional, econômico e até mesmo ambiental, embora este último de forma limitada. Esses achados assinalam que cada nível decisório desempenha um papel específico na dinâmica de modelagem da responsabilidade da IA à luz de IRS, evidenciando uma complementariedade entre os níveis. A soberania digital emergiu como um novo valor da IARS no Brasil, sinalizando a importância do uso de dados de saúde como ativo estratégico, capaz de impulsionar a inovação nacional, reduzir a dependência de tecnologias estrangeiras e prevenir o colonialismo digital. No entanto, a falta de ênfase em aspectos como sustentabilidade financeira (valor econômico) e ambiental (valor ambiental) podem representar desafios consideráveis para a sustentabilidade de inovações de IA nos sistemas de saúde a longo prazo. O Brasil, ao liderar a transição energética, tem a oportunidade de tornar-se pioneiro ao combinar inovação em IA, sustentabilidade ambiental e fortalecimento do setor saúde, posicionando-se como um exemplo global de como utilizar novas tecnologias de forma responsável.
Aluna: Simone Auxiliadora Borges Oliveira
Orientador: Josué Laguardia (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Banca:
Titulares
Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Cícera Henrique da Silva (PPGICS/Icit/Fiocruz)
Hudson Pacífico da Silva (GIS-IReSP/UdeM)
Juliano Souza de Albuquerque Maranhão (IARA/ICMC/USP)
Suplentes:
Adriana Cavalcanti de Aguiar (PPGICS/Icict/Fiocruz)
João José Vasco Peixoto Furtado (PPGIA/LCDIA/Unifor)
Senha de acesso: 056592
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