Resumo: Esta tese analisa a questão da autodeterminação em saúde em relação às pessoas que gaguejam. Para tanto será utilizado o método de análise etnográfico virtual em sites de relacionamento, Facebook e Instagram, onde essas pessoas promovem interações comunicacionais e produzem subjetividades dissidentes. Esta tese adota a perspectiva da gagueira e das pessoas que gaguejam como outsiders (BECKER, 2019), em termos sociais, culturais, comportamentais e biomédicos. Ela analisa como essas pessoas produzem outros ecos e outras maneiras de elevar suas vozes, quando se inclinam a debater algumas questões de saúde nos espaços virtualizados, utilizando-se de tecnologias digitais de informação e comunicação. Nossa hipótese é que esses participantes adotam um procedimento antropográfico, no qual as subjetividades tornam-se canibais, consumindo os conteúdos informacionais produzidos uns pelos outros, de forma dinâmica e relacional. Desse modo, analisaremos a possibilidade dessas conjunturas digitais particularizadas tornarem-se “escrevivências digitais” (EVARISTO, 2020), uma vez que envolvem o processo de se expressar através da vivência da escrita, quando a disfluência da fala é questionada. Assim sendo, seremos capazes de averiguar se o ambiente digital das comunidades virtuais e dos perfis avatares, presentes nas redes sociais, são um território capaz de desenvolver o conceito de “tecnodiversidade” (YUK, 2020). Discutiremos até que ponto uma experiência local tecnológica possibilita verificar as problemáticas quanto à “colonialidade digital”, bem como eleger caminhos de “contracolonialidade cibernética”.
Aluna: Maria Clara Conrado de Niemeyer Soares Carneiro Chaves
Orientador: André de Faria Pereira Neto (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Banca:
Titulares
Dr.a Daniela Muzi (PPGICS/Icict/Fiocruz)
Dr. a Cristianne Maria Famer Rocha (PPGEDU/PPGENF/UFRGS)
Suplente
Dr.a Irene Rocha Kalil (PPGICS/Icict/Fiocruz)