Defesa de Dissertação de Mestrado

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Resumo

Título: COMO (NÃO) ENVELHECER: rosto e envelhecimento feminino nas revistas Ana Maria e Marie Claire                                                                   
Aluna: Maíra Valério Coutinho

Orientadora: Janine Miranda Cardoso (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:
Titulares
Dr. Igor Pinto Sacramento - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Vera Lúcia Marques da Silva - CLAVES/ENSP/FIOCRUZ

Suplentes
Drª Katia Lerner - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Natália Helou Fazzioni – PPGSA/IFCS/UFRJ

Data: 30/08/2021 - 2a. feira | Horário: 09h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/98278182650?pwd=eE5PK3hSM2NUU0ptMDNCRHBpNWl0UT09

ID da reunião: 982 7818 2650 | Senha: 681657

 

Resumo: Esta dissertação problematiza as relações entre beleza, saúde e o envelhecimento feminino na sociedade ocidental contemporânea, marcadas por intensos processos de (bio)medicalização. Para tensionar a naturalização desse elo, a beleza é entendida como tecnologia biopolítica que, a partir de diferentes interesses e atores envolvidos, pode acarretar discriminação e estratégias de controle social. Quando associada às prescrições antienvelhecimento, há o reforço, principalmente, do idadismo, associado à manutenção de papéis de gênero e do mercado consumidor da indústria da beleza. 

Em contraponto, para fazer avançar uma comunicação para além da formação de público consumidor, a partir da manutenção de inseguranças femininas e visando a manutenção de interesses capitalistas e políticas neoliberais, assume-se neste estudo a perspectiva da comunicação e saúde como direitos universais. Seu objeto empírico é formado por duas revistas da "imprensa feminina" voltadas para diferentes segmentos sociais, Ana Maria e Marie Claire. 

A análise comparativa de enunciados/enunciações se baseia no conceito de contrato de leitura proposto pelo semiólogo, antropólogo e filósofo argentino Eliseo Verón, de forma a considerar as imagens projetadas das revistas e suas leitoras, os vínculos e as relações propostas por cada publicação. Também considerou a configuração histórica e características atuais da “imprensa feminina”. Com esses aportes, foi analisado um conjunto de 30 edições publicado entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020. O período conjuga dois critérios: o calendário que orienta as publicações voltadas para mulheres, marcado por lançamento de coleção de moda e produtos de beleza – no caso a de primavera/verão – e para que se pudesse analisar o período mais recente possível, antes do início da pandemia da COVID-19. 

Entre seus principais resultados, destaca-se que, embora a velhice esteja em constante discussão e que comporte a abordagem de aspectos positivos, prevalece o ocultamento das marcas do passar do tempo. Isso pode ser notado na antecipação do tema para mulheres cada vez mais jovens, como prevenção do envelhecimento, entendido como manutenção da beleza em aparências joviais. E, ainda, nos rostos lisos, sem rugas, mesmo em mulheres com mais de 40 anos, nas duas publicações. Ana Maria, investe na biomedicalização da alimentação, direcionada para mulheres circunscritas ao âmbito doméstico, familiar e televisivo. Marie Claire, assume determinadas pautas feministas, como a diversidade de orientação sexual e defesa de direitos, anguladas para o sucesso profissional e autonomia individual de mulheres sofisticadas e cosmopolitas. Essa invisibilidade do rosto feminino que envelhece nas duas revistas, nos faz perguntar o quão envelhecer é realmente aceito, nos dias de hoje.

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Título: "Doações de Medicamentos em Desuso: Um olhar sobre as inter-relações de uma rede on-line de acesso informal a produtos farmacêuticos"

Aluno: Alexandre Augusto Andrade da Ressurreição

Orientador: Igor Pinto Sacramento (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares

Dr. André de Faria Pereira Neto- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Tiago Coutinho Cavalcante- PPGSP/ENSP/FIOCRUZ

Suplentes

Drª Inesita Soares de Araujo- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Flávia Pinto Leiroz – PPGCC/UFRJ

Data: 13/7/2021 - Terça-feira | Horário: 9h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/91587483050?pwd=dFdlcnhlZTVhZDMyMTNndjNEcmRmUT09 | Senha: 871457

Resumo: Os medicamentos em desuso representam um dos paradoxos identificados na sociedade contemporânea regida sob as lógicas do consumo e da medicalização. Ao mesmo tempo que são produzidos excedentes de produtos terapêuticos, também são desenvolvidas ações para mitigar a circulação social de tais excedentes. 

Nesta pesquisa, olhamos para as doações de medicamentos em desuso, por meio das inter-relações de uma comunidade online no Facebook, atualmente constituída por mais de 10 mil seguidores, que buscam através dela um canal alternativo para ter acesso às mais variadas dessas especialidades terapêuticas. A partir de uma análise descritiva, o trabalho investiga as configurações desta prática social, buscando compreender tanto as intenções por medicamentos, quantos aspectos mais subjetivos, como os vínculos sociais, os comportamentos e as regras que são estabelecidos nesta rede informal de cuidado em saúde. 

A análise, realizada no recorte temporal compreendido entre julho de 2019 e fevereiro de 2020, evidenciou o protagonismo feminino no engajamento desta prática social tanto no cuidado de si quanto no cuidado familiar; identificou a enoxaparina sódica como a principal intenção mobilizadora para estas doações; identificou vínculos estabelecidos por comportamentos de reciprocidade e pró-sociais, entre outros. A prática social analisada, ainda que aponte para questões relacionadas ao altruísmo de doadores e a apropriação de regras estabelecidas nos canais institucionais, evidencia uma vulnerabilidade de acesso a medicamentos.

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Título: "Notícias das Mortes em Pau D’Arco: sentidos e dinâmicas de visibilidade da violência no campo"                                                 

Aluna: Júlia Cardoso de Souza da Matta Machado 

Orientadora: Kátia Lerner (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares

Dr.ª Janine Miranda Cardoso- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Pedro Barreto Pereira- PPGMC/UFF

Suplentes

Dr. André de Faria Pereira Neto- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Renata Cristina de Oliveira Tomaz– PPGMC/UFF

Data: 08/7/2021 - Quinta-feira | Horário: 15h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/92253692239?pwd=WnhJSldpYzdtTXVRd2thcmVsMVNpZz09 | Senha: 330065

Resumo: Este trabalho buscou conhecer sentidos e dinâmicas de visibilidade de mortes por violência em contextos de disputas por terra no campo, mais especificamente aquelas ocorridas em 2017em Pau d’Arco, tendo como espaço privilegiado de análise o discurso midiático. 

Em um primeiro momento, foi realizado um levantamento de materiais veiculados em dois espaços de relevância, TV e Internet. Este levantamento possibilitou identificar que atores sociais produziram/agenciaram discursos sobre o tema. Tendo como intuito compreender que narrativas foram construídas e como, no segundo momento, procurou-se observar como diferentes atores sociais produziram discursos sobre o acontecimento e a partir de quais estratégias discursivas, tendo em vista as nomeações, as fontes, os elementos associados e as formas como sujeitos foram referenciados, à luz de teorias do discurso e da linguagem.  Foram analisadas matérias de telejornalismo do Jornal Nacional e do Jornal Liberal, correspondendo a áreas de abrangência nacional e local, respectivamente, e de vídeos encontrados no Youtube. 

A análise identificou um conjunto diverso de atores de enunciações sobre o evento, tais como: mídia corporativa, mídia alternativa, setores de ativismo e movimento social, representantes do legislativo e indivíduos variados. A despeito desta pluralidade ser uma característica importante dos resultados de pesquisa, a presença desses atores não se deu de modo equivalente. O jornalismo da mídia corporativa coloniza as enunciações sobre o acontecimento, haja visto a sua preponderância no Youtube. Tal característica está relacionada à convergência midiática, com a presença tanto de materiais de novas mídias, como de mídias tradicionais, habitando um mesmo ambiente. 

Diferentes narrativas para as mortes foram construídas por esses atores, ora como confronto, ora como chacina, massacre e/ou execução. As versões adotadas expressaram um maior ou menor grau de responsabilização e criminalização, tendo em vista que as pessoas envolvidas no acontecimento foram reconhecidas e posicionadas de distintos modos. 

As produções da mídia corporativa, tanto nos telejornais quanto no Youtube, direcionam principalmente para uma compreensão ambígua com relação ao acontecido, ainda que com predomínio da criminalização dos sujeitos mortos. Atores políticos e alguns usuários com posições ideológicas conservadoras, à direita, reiteraram de forma explícita a versão de confronto. Já as narrativas em que o acontecimento foi apontado como como massacre, chacina, execução foram construídas e sustentadas por movimentos sociais, ativistas, pela mídia alternativa e por alguns usuários. 

As maneiras como o acontecimento foi considerado se diferenciam tanto pelos espaços de produção discursiva dos materiais, quanto por posições políticas destes atores. Se os discursos hegemônicos enfatizaram a criminalização dos sujeitos mortos no evento, os discursos concorrentes tensionaram essa versão, se prolongando no tempo e constituindo-se um espaço de memória e resistência.

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Título: "Desviando da Norma: experiências de diversidade e normatização em uma comunidade virtual sobre dislexia"    

Aluna: Gisela Alves Paulo Faria

Orientador: André Faria Pereira Neto (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares
Dr. Igor Pinto Sacramento- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Vera Cecília Frossard - PPGSP/ENSP/FIOCRUZ

Suplentes
Dr. Wilson Couto Borges- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Leticia Teresa Barbosa da Silva – ENSP/FIOCRUZ

Data: 30/6/2021 - Quarta-feira | Horário: 14h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/94127623329?pwd=QjJaNi9qWHY5UTQ1NU5sbmcrT3Ywdz09 | Senha: 494095

Resumo: A biomedicina tem se ocupado cada vez mais das questões da vida humana que não eram vistas como problema de saúde até então. Nesse processo, dificuldades relacionadas com a aprendizagem e com o domínio das normas da linguagem passaram a ser classificados como “dislexia” pela biomedicina. Nos dias de hoje as pessoas têm buscado cada vez mais espaços on-line para procurar informações e se conectar com outros indivíduos que compartilham da mesma condição de saúde ou doença. 

O objetivo da presente dissertação é analisar a experiência de sujeitos denominados como disléxicos ou que se aproximam desse diagnóstico que frequentam a comunidade virtual “amigosedislexia.com”. 

Discutimos nessa dissertação em que medida a experiência com a dislexia, vivenciada nesse ambiente virtual, pode estar ou não ancorada na construção de uma “biosociabilidade", isto é, em uma sociabilidade orientada a partir de critérios de saúde. Metodologicamente, esse trabalho baseou-se na abordagem qualitativa. Foi realizado um estudo exploratório utilizando uma análise de conteúdo temática. Foram classificadas e analisadas as postagens dos “influenciadores digitais”. 

Esta pesquisa permitiu identificar quatro perfis de comunicação presentes na comunidade virtual analisada, a saber: o acolhedor, poster cidadão, clínico/especialista e alteridade. Os “influenciadores digitais” atuaram na circulação das informações, construíram novos significados e negociaram com os saberes biomédicos e educacionais a partir das suas experiências e dificuldades de aprendizagem. Para eles, o consumo do saber biomédico representou um meio de lidar e buscar respostas para suas dificuldades. Foi possível observar que os “influenciadores digitais” desconsideravam a denominação de “doença” para dislexia, preferindo utilizar o termo “transtorno” e a ideia da “diferença”. Tal fato não exclui a força medicalizante das postagens nesse ambiente virtual. 

Essa dissertação visou contribuir com o debate acadêmico sobre esse tema, sem pretender fechar debates ou esgotar outras possibilidades de análise e discussão.

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Título: "Alimentação Saudável em Tempos de Covid-19: circularidade e sentidos em um contexto de pandemia"                                                                              

Aluna: Raíssa Vieira Ribeiro Ramos

Orientador: Wilson Couto Borges (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares
Dr. Igor Pinto Sacramento- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Giane Moliari Amaral Serra –PPGN/UNIRIO

Suplentes
Drª Janine Miranda Cardoso- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Dr. Francisco Romão Ferreira – PPGANS/UERJ

Data: 25/06/2021 - Sexta-feira |  Horário: 8h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/96327063919?pwd=RVc2d0RVWTZZNTBxVHg4MFZVSDRWdz09Senha: 871457

Resumo: Considerando a existência de diferentes modos de lidar com a relação entre saúde e doença, é esperado que diferentes perspectivas do que seria considerado saudável se transformem e se adaptem conforme os contextos os quais se inserem. Todavia, diante de um cenário pandêmico, o que esperar de uma alimentação saudável determinada por blogueiras fitness, apresentadoras de televisão, jornalistas, representantes religiosos, no lugar de nutricionistas e demais profissionais da Nutrição? 

Perante a iminência do novo coronavírus, que se multiplica e adoece rapidamente populações inteiras, a exposição e determinação do que seriam práticas saudáveis por vozes alheias ao campo científico configura motivo de preocupação em termos de saúde pública, ao ser capaz de popularizar intervenções não comprovadas cientificamente. 

Dessa forma, conduzidos pela questão “como a alimentação saudável tem sido determinada pelos principais sentidos postos em circulação no contexto da pandemia de Covid-19, a partir das obras midiáticas com maior popularidade no Youtube”, neste trabalho adentramos na espiral anacrônica e sincrônica da circularidade cultural em torno da alimentação saudável, para capturarmos e trazermos à luz como diferentes significações e sentidos, por vezes, se camuflam diante de tantas informações e vozes.

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Defesa de Dissertação de Mestrado

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Título: "A Diva que Não quer envelhecer: narrativas autobiográficas anti-idade no Instagram de Gretchen"

Aluna: Erika Drumond Saraiva 

Orientador: Igor Pinto Sacramento (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares:
•    Drª Janine Miranda Cardoso- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Gisela Granjeiro da Silva Castro –PPGCPC/ESPM

Suplentes:
•    Dr. Wilson Couto Borges- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Flávia Pinto Leiroz - UFES

Data: 14/06/2021 – Segunda-feira | Horário: 9h 

Sala Virtual: https://zoom.us/j/94333249770?pwd=Vm5ZM1NsRDBrVEUvbDVFU29ISWRuUT09 | Senha: 638379

Resumo: A partir da relação que se estabelece entre a obsessão pelo corpo e pelo rosto sem rugas, gorduras e volumes indesejados e o envelhecimento da mulher na sociedade contemporânea, esta dissertação aborda as diferentes visões a respeito do papel assumido pelas identidades midiáticas, neste estudo representadas por Maria Odete Brito de Miranda Marques, a Gretchen, que completou 60 anos de idade em 2019. 

Por meio da análise no Instagram – considerado um espaço biográfico nos dias atuais – da celebridade, refletimos sobre as narrativas anti-idade com base em suas experiências estéticas, e também sobre as estratégias utilizadas para o gerenciamento do corpo e controle do tempo na discussão do envelhecimento feminino. Como sujeito da experiência e da ação, Gretchen vai em busca de mais visibilidade no âmbito da saúde, da beleza e da juventude, utilizando a rede social para circular a docilização do seu corpo pelo discurso do antienvelhecimento e para reforçar normas de como o corpo feminino deve ser e aparecer. 

Ao assumir o papel de especialista em estilo de vida, posiciona-se acima do monopólio médico, propagando formas de embelezamento e encorajando técnicas de governamentalidade no cotidiano. Na posição de autoridade, instrui a respeito da prática de exercícios físicos e da realização de procedimentos estéticos – com profissionais médicos ou não médicos. Também em suas narrativas, reafirma o discurso terapêutico contemporâneo, tornando-se exemplo de pessoa que consegue superar as adversidades e conquistar a felicidade por meio da elevada autoestima.

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Defesa de Tese de Doutorado

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Título: "Mediações e Sentidos das Práticas de Atenção Primária Durante a Pandemia de Covid-19"

 

Aluna: Patrícia Estrella Liporace Barcelos 

Orientadora: Adriana Cavalcanti Aguiar (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Segundo Orientador: Igor Pinto Sacramento (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares:
•    Dr. Wilson Couto Borges- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Kizi Mendonça de Araújo- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. Rafael do Nascimento Grohmann- PPGCC/UNISINOS
•    Dr. José Antônio Cirino – PPGCC/UFRJ

Suplentes:
•    Drª Inesita Soares de Araujo - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Patrícia Gonçalves Saldanha- PPGMC/UFF

Data: 02/06/2021 – Quarta-feira | Horário: 14h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/99720950201?pwd=ejNhNmp6WVI5TGR5V3Y4SG1EVHdZUT09 | Senha: 318168

Resumo: Esta tese tem como objeto a comunicação das práticas de saúde da Atenção Primária no Brasil. A partir de uma perspectiva comunicacional, dialoga com outras áreas do conhecimento como a Sociologia, a Antropologia e a Psicossociologia para compreender as práticas de saúde como construções sociais em constante transformação, atravessadas por mediações culturais em disputas e contradições. Destacam-se mudanças mobilizadas pela midiatização nas interações comunicativas contemporâneas. 

Propõe-se um modelo de análise denominado de Mapa de Interações Comunicativas das Práticas de Saúde, com base nas teorias de Jesús Martín-Barbero e José Luiz Braga. O modelo é utilizado em um estudo exploratório em processos comunicacionais investigados durante os 7 (sete) primeiros meses da pandemia de Covid-19. Eventos que enfatizaram a resposta da APS foram realizados desde o início da pandemia, sendo divulgados e posteriormente armazenados na plataforma Youtube. Constituíram-se em produtos comunicacionais privilegiados para a análise de narrativas e das interações entre indivíduos e organizações que passaram a ser midiatizadas (BRAGA, 2001; BRAGA et al.,2017). 

O fenômeno de produção de lives na pandemia também ganhou novos objetivos e proporções devido ao isolamento social (LUPINACCI, 2020). Foram analisados o canal Portal da Inovação da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), o canal do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o canal Ivando Agente de Saúde. A trama de mediações e os sentidos nos contextos investigados mostraram interações em confluências, negociações e enfrentamento. Episódios interacionais ressaltaram a confluência de interesses e negociações entre a lógica comunitária e a lógica neoliberal, em práticas gerenciais que pressionaram por resolutividade. Produziram os sentidos de urgência e emergência nas práticas. Algumas unidades privilegiaram os dispositivos de acesso, outras engendraram o acúmulo das novas ações ao leque de dispositivos da APS, produzindo o sentido de heroísmo e resiliência na realização das práticas. 

As estratégias comunicativas objetivaram a transmissão de informação, mas também o diálogo com os participantes. As narrativas envolveram relatos de histórias vividas e mobilizaram predominantemente interações de apoio mútuo e pertencimento. Conclui-se ser possível a construção de estratégias capilarizadas e complementares na comunicação das práticas de saúde, que intervenham no momento de apropriação das mensagens, à luz dos códigos dos diferentes grupos que as recebem.

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Defesa de Tese de Doutorado

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Título: "Comunicação, Covid-19 e Cuidado na APS-ESF: evidências, reflexões, desafios"

 

Aluna: Teresa Cristina de Carvalho Lima Neves 

Orientadora: Inesita Soares de Araujo (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares:
Drª Janine Miranda Cardoso- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Kátia Lerner- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Regina Ferro do Lago- PPGSP/ENSP/FIOCRUZ
Drª Sonia Acioli de Oliveira - PPGE/UERJ

Suplentes:
Dr. Paulo Roberto Borges de Souza Junior - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
Drª Maria Lúcia Macedo Cardoso- PPGSP/ENSP/FIOCRUZ
Data: 28/05/2021 - Sexta-feira | Horário: 14h
Sala Virtual: https://zoom.us/j/95182166351?pwd=amY3R3VVcE84eDVNSit3a09pN2Zqdz09

Resumo: 
Esta pesquisa de doutoramento teve como objetivo enfocar a Comunicação na Atenção Primária à Saúde - Estratégia de Saúde da Família, considerando seu afetamento pela pandemia do Covid-19. 

A investigação privilegiou a análise dos Diagnósticos Situacionais Participativos - DSP, que foram elaborados por profissionais de saúde de Clínicas da Família, Alunos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e População, em dois períodos, no ano de 2019 e de 2020, este último atravessado pela pandemia do Covid-19 no município do Rio de Janeiro. 

O DSP é uma ferramenta que contribui na percepção e compreensão de problemas e necessidades de saúde, educação, saneamento, segurança, transporte, habitação, informação e comunicação, bem como permite conhecer como é e como está a organização dos serviços de saúde. É, portanto, um instrumento fundamental de gestão, uma vez que propicia a interlocução de três atores sociais com lugares de fala distintos, que representam a academia, o serviço e a população. Esta propriedade é favorável para se obter diferentes pontos de vista sobre as questões concernentes ao processo de sua construção. Além de nos permitir traçar um panorama histórico e conceitual da Atenção Primária e seus atributos essenciais na produção do cuidado multiprofissional na orientação individual, familiar e comunitário, o que nos interessou nesse processo foi analisar de que maneira a comunicação é percebida e relacionada às questões apontadas no itinerário do desenvolvimento da produção e conclusão dos DSP. Para tanto, trabalhamos com a perspectiva da Semiologia dos Discursos Sociais, recorrendo a alguns elementos metodológicos da análise de discursos para a análise do corpus. 

Os resultados apontaram para a incipiência, a inconsistência e o apagamento da comunicação nos DSP, não apresentando diferença de relevância entre o ano pré-pandemia-2019, como no ano da pandemia-2020.

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Título: "Comunicação e Informação sobre Câncer de Mama: um estudo comparativo entre um ambiente físico e outro on-line"

 

Aluna: Letícia Tereza Barbosa da Silva

Orientador: André de Faria Pereira Neto (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca: 

Titulares
•    Drª Kátia Lerner- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. Wilson Couto Borges- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. Jacir Luiz Balen - UFRJ
•    Drª Adriana Andrade Braga – PPGC/PUC-Rio

Suplentes
•    Dr. Igor Pinto Sacramento - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Tania Cristina de Oliveira Valente- PPGEB/UNIRIO

Data: 30/03/2021 | Horário: 14h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/91008136945?pwd=MHZsSTdrNTNXRTlzb254QjJOQUhUQT09

Resumo: Na atualidade, o câncer de mama se configura enquanto um grave problema para a saúde da mulher. O diagnóstico e o tratamento são momentos fundamentais para a paciente na experiência com o câncer de mama. Ao ser confirmado pelo médico, o diagnóstico pode engendrar inúmeros sentimentos e reações, incluindo devastação emocional, trauma e reconfigurações identitárias. O tratamento para pode causar inúmeros efeitos colaterais e sequelas. O hospital é um dos principais ambientes pelos quais mulheres com câncer de mama circulam ao longo da trajetória da doença. As comunidades on-line de saúde também têm sido cada vez mais utilizadas por elas, uma vez que, nesse ambiente, podem compartilhar experiências, dúvidas e aflições relacionadas à vivência com a doença, seu diagnóstico e tratamento. 

Diante desse contexto, esta pesquisa foi orientada pela seguinte questão: como se configuram os fluxos de informação e comunicação sobre câncer de mama em um ambiente físico e em outro on-line? Selecionamos dois campos de investigação: a sala de espera do ambulatório de mastologia do Instituto de Ginecologia (IG/UFRJ) e a comunidade on-line “Câncer de mama”. Utilizamos como referencial metodológico a etnografia, considerando suas aplicações e adaptações para os dois ambientes investigados. 

A partir da pesquisa realizada, observamos a centralidade da biomedicina na experiência do câncer de mama. Entre as participantes do IG e da comunidade on-line, os conhecimentos, intervenções e tecnologias biomédicas desempenharam um papel central no modo como elas lidaram com a doença, sendo culturalmente aceitos por elas. Também identificamos que o uso das novas tecnologias de informação e comunicação pelas pacientes tornou-se uma tática para lidar com a experiência da doença, sem implicar um questionamento ou ruptura com a ordem biomédica. Em relação ao momento do diagnóstico, constatamos que, para as participantes da pesquisa, a confirmação da doença produziu sentimentos de medo, choque, tristeza e incerteza, além de mudanças nas relações interpessoais, na rotina diária e na vida profissional. Entretanto, o momento do diagnóstico não se configurou enquanto um fator propulsionador para a busca de informação on-line sobre câncer de mama entre as participantes. 

O diagnóstico também não ocupou um lugar central nos fluxos de informação e comunicação sobre câncer de mama configurados nos ambientes investigados. O tratamento foi um tema mais recorrente do que o diagnóstico nos fluxos de informação e comunicação entre pacientes com câncer de mama configurados nos ambientes físico e on-line. Esse predomínio pode estar associado aos impactos que o tratamento da doença provoca na vida cotidiana da mulher com câncer de mama. 

A partir dos resultados obtidos, consideramos que esta tese contribui para o entendimento acerca dos fluxos de informação e comunicação entre pacientes que se encontram e interagem entre si em dois ambientes distintos. Consideramos também que este estudo contribui para o aprofundamento da compreensão acerca da utilização da internet, sobretudo a pesquisa de informação e a participação em ambientes on-line, entre pacientes com câncer de mama

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Defesa de Tese de Doutorado

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Título: "Se essa rua fosse minha, se esse corpo fosse meu: políticas públicas, corpos e saberes da população em situação de rua em tempos de pandemia"

 

Aluna: Nadja Maria Souza Araújo

Orientadora: Inesita Soares de Araujo (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca: 
Titulares
•    Drª Márcia de Oliveira Teixeira- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª Kátia Lerner- PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Dr. Bruno Sena Martins - Universidade de Coimbra
•    Dr. Aluízio de Azevedo da Silva Junior - MS

Suplentes
•    Dr. Janine Miranda Cardoso - PPGICS/ICICT/FIOCRUZ
•    Drª  Ana Claudia Condeixa de Araújo- UNIFESSPA

Data: 26/02/2021 – Sexta-feira | Horário: 13h

Sala Virtual: https://zoom.us/j/91437700468?pwd=R053a2E4clAxYjRBdnNSQzBCREEzUT09

Resumo: Este trabalho é o resultado de uma pesquisa que no contexto das políticas públicas de saúde para as minorias, e tendo como principal interesse contribuir para a melhoria das condições de vida e saúde da população em situação de rua, cartografou as convergências e conflitos entre as diferentes perspectivas e sentidos de corpo e cuidado de si dos sujeitos envolvidos no cenário urbano no país. A partir de procedimentos metodológicos sintetizados e classificados em Análise Documental; Cartografia: conversações, registro visual da realidade vivida, mapeamento dos interlocutores; Análise socio-semiológica: Análise Discursiva – dos atores governamentais e Tradução – da população em situação de rua. Esta metodologia multifacetada e inclusiva permitiu uma participação ativa dos sujeitos de pesquisa que agregada aos conceitos dos estudos anticoloniais pelas vias das Epistemologias do Sul (Santos, 2009), da teoria do corpo social (Bourdieu, 2014), do biopoder (Foucault,2002), das vidas não passiveis de luto (Butler, 2019) e da necropolítica (Mbembe, 2019) possibilitou identificar dez proposições relevantes para o futuro das construções participativas das políticas públicas. 

Trata-se de uma pesquisa realizada no campo da Comunicação e Saúde (C&S) na qual os textos foram analisados buscando as vozes/códigos (Barthes, 1992), as palavras plenas (Maingueneau,1993), as condições de produção (Verón,1980) e a noção de contextos e da comunicação como um mercado simbólico (Araujo, 2002), cujo eixo teórico é a ideia de poder simbólico (Bourdieu, 2004). 

A conjuntura da pandemia atravessou a pesquisa e os sentidos produzidos por ela, bem como as mudanças nas vidas das pessoas em situação de rua, e afetou os resultados que apontaram para dez percepções, sendo que a principal conclusão de que há uma convergência dos sentidos de corpo, saúde e cuidado de si, quando se trata do que está no arcabouço legal, do que pensam os técnicos e até do movimento organizado da população em situação de rua. Esse sentido é o defendido pelo campo da saúde coletiva de que saúde é mais que ausência de doenças. Saúde em seu sentido ampliado, entendido como um bem-estar geral, que engloba as questões territoriais, econômicas, nutricional e etc. Na rua, os sentidos mudam e a saúde é vista como ausência de doenças e o corpo como uma estrutura que os sustentam.

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