Doutorado - Ciência Cidadã e Literacia em Saúde: em busca de pontos de conexão na literatura e na pesquisa no Brasil e em Portugal

Tipo de evento
Orientador
Data
Local
Plataforma Zoom
Resumo

Resumo: Procurar por pontos de aproximação entre Ciência Cidadã (CC) e Literacia em saúde (LS) é o principal objetivo do presente projeto, jogando luz sobre diferentes contextos e práticas de pesquisa, no Brasil e em Portugal. Dentro do contexto da Ciência Aberta, a Ciência Cidadã assume um papel importante no fortalecimento da relação entre a ciência e a sociedade, contribuindo para o crescimento da literacia científica. Por seu lado, a LS, entendida como a capacidade do indivíduo de obter, interpretar, entender e usar informação, é considerada vital para a promoção da saúde, uma estratégia vital para a equidade em saúde. Ambas são conceitos ainda em disputa na literatura, dada a interdisciplinaridade envolvida, e começaram a ganhar maior visibilidade nos anos recentes, por força de um movimento maior de democratização da ciência, e da saúde. Ambas as perspectivas pressupõem algum grau de colaboração entre pesquisadores e leigos, operando no imperativo da colaboração e da construção de abordagens que ampliem a participação social nos caminhos do desenvolvimento científico. Investigar se, e como inciativas de CC, quando no campo da saúde, vem contribuindo para a promoção da LS, na perspectiva da literatura cientifica internacional, conforma a primeira etapa da pesquisa. No contexto da aproximação entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de Coimbra (UC), por meio de um programa de cotutela, busca-se, como campo empírico, identificar, no Brasil e em Portugal, iniciativas de pesquisa que convirjam para o encontro entre CC e LS, particularmente indagando atores-chave sobre tais pesquisas e seus resultados, atuais e/ou esperados.

Aluna: Rosângela Cordeiro de Souza Assef Neto

Orientadora: Rosane Abdala Lins (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Segunda Orientadora: Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Terceira Orientadora: Maria Manuel Lopes de Figueiredo Costa Marques Borges (DFCI/FL/UC)

Banca:

Titulares

Dr.a Viviane Santos de Oliveira Veiga (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Dr. a Maria Manuela Tavares de Matos Cardoso (DFCI/FL/UC)

Suplente:

Dr. Márcio Sacramento de Oliveira (PPGICS/Icict/Fiocruz)

 

ID da reunião: 889 7503 0300

Senha de acesso: 482223

Link do convite: https://us06web.zoom.us/j/88975030300?pwd=blhBRkIxbGh3SDZ6ZStab3ZLN2xBdz09

Nível
Segundo orientador
Banca

Doutorado - Regimes de informação no enfrentamento da Doença de Chagas: um olhar a partir da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)

Tipo de evento
Data
Local
Sala 410 – Prédio Sede Campus Maré
Resumo

Resumo:  Nos anos recentes, a literatura internacional sobre Doença de Chagas (DC) vem, novamente, ganhando corpo dentro do rol das Doenças Negligenciadas (DN), com o alerta que ela é a mais negligenciada. Silenciosa e silenciosa. São apontados vários fatores para tal invisibilidade, que emergem tanto da pesquisa como das políticas públicas que, invariavelmente, têm uma relação estreita com a vulnerabilidade social e econômica da população principalmente acometida, especialmente nas Américas. Até o final do século XX, as estratégias de controle da DC tinham seu foco na transmissão vetorial/transfusional, o que mobilizou a orquestração de uma grande cooperação internacional para seu enfrentamento no Cone Sul. Na atualidade, e particularmente por força da intensificação dos movimentos migratórios, em perspectiva global, cresce o interesse e se intensifica o foco na transmissão vertical/congênita, o que possibilitou que a DC ultrapassasse as fronteiras territoriais, do Sul para o Norte, e se tornasse uma potencial “ameaça” para os países desenvolvidos. Na perspectiva dos Estudos de Informação, tais movimentos podem ser analisados à luz do conceito de “regimes de informação”, ou seja, uma articulação de políticas (de pesquisa e de práticas) e interesses, de vários atores, em perspectiva internacional, que culminam em imprimir novas dinâmicas na produção de conhecimento. Um ponto focal para descrever os regimes de informação remetem à perspectiva documental e ao fluxo de informação que coordena a ação entre vários atores. O presente projeto objetiva investigar e descrever, a partir da perspectiva da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), um atorchave no enfrentamento da DC nas Américas, como vem se dando a emergência desse novo regime para enfrentamento da doença. De caráter exploratório, qualitativo e descritivo, somando pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e entrevistas com atores-chave da OPAS e do governo brasileiro que participaram das estratégias de enfrentamento da DC, o estudo visa explicitar uma possível alternância nos regimes de informação que orientam as políticas na temática, promovendo visibilidades/invisibilidades nos programas de controle da DC ao longo das décadas, o que corroboraria para uma fragilidade nos programas locais (no caso, brasileiro) de enfrentamento da doença. 

Aluna: Dayse Carias Bersot

Orientadora: Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/Icict/Fiocruz) 

Banca: 

Titulares 

Dr.a Rosane Abdala Lins (PPGICS/Icict/Fiocruz) 

Dr.   Alberto Novaes Ramos Junior (DSC/FAMED/UFC)   

 Suplente

Dr.a Cícera Henrique da Silva (PPGICS/Icict/Fiocruz) 

Nível
Segundo orientador
Banca

Doutorado - Título:  Tecnodiversidade e saúde: gagueira e produção de subjetividades na internet em sites de relacionamentos

Tipo de evento
Data
Local
Sala 410 – Prédio Sede Campus Maré
Resumo

Resumo: Esta tese analisa a questão da autodeterminação em saúde em relação às pessoas que gaguejam. Para tanto será utilizado o método de análise etnográfico virtual em sites de relacionamento, Facebook e Instagram, onde essas pessoas promovem interações comunicacionais e produzem subjetividades dissidentes. Esta tese adota a perspectiva da gagueira e das pessoas que gaguejam como outsiders (BECKER, 2019), em termos sociais, culturais, comportamentais e biomédicos. Ela analisa como essas pessoas produzem outros ecos e outras maneiras de elevar suas vozes, quando se inclinam a debater algumas questões de saúde nos espaços virtualizados, utilizando-se de tecnologias digitais de informação e comunicação. Nossa hipótese é que esses participantes adotam um procedimento antropográfico, no qual as subjetividades tornam-se canibais, consumindo os conteúdos informacionais produzidos uns pelos outros, de forma dinâmica e relacional. Desse modo, analisaremos a possibilidade dessas conjunturas digitais particularizadas tornarem-se “escrevivências digitais” (EVARISTO, 2020), uma vez que envolvem o processo de se expressar através da vivência da escrita, quando a disfluência da fala é questionada. Assim sendo, seremos capazes de averiguar se o ambiente digital das comunidades virtuais e dos perfis avatares, presentes nas redes sociais, são um território capaz de desenvolver o conceito de “tecnodiversidade” (YUK, 2020). Discutiremos até que ponto uma experiência local tecnológica possibilita verificar as problemáticas quanto à “colonialidade digital”, bem como eleger caminhos de “contracolonialidade cibernética”.

 

Aluna: Maria Clara Conrado de Niemeyer Soares Carneiro Chaves

Orientador: André de Faria Pereira Neto (PPGICS/Icict/Fiocruz) 

  

Banca: 

Titulares 

Dr.a Daniela Muzi (PPGICS/Icict/Fiocruz) 

Dr. a Cristianne Maria Famer Rocha (PPGEDU/PPGENF/UFRGS) 

Suplente 

Dr.a Irene Rocha Kalil (PPGICS/Icict/Fiocruz) 

Nível
Segundo orientador
Banca

Qualificação de Doutorado - Título: Conhece-te a ti mesmo: autodiagnóstico, discurso e produção de sentidos sobre o Transtorno do Espectro Autista

Tipo de evento
Orientador
Data
Local
Sala 401 – Prédio Sede Campus Maré
Resumo

Resumo: Nos últimos anos houve um aumento na produção e circulação de informações sobre o diagnóstico tardio de autismo em adolescentes e adultos, o que salientou dificuldades e falhas no processo diagnóstico ainda na fase da infância, visto que o autismo é entendido como um transtorno do neurodesenvolvimento. Tal fenômeno refletiu também na aparição de relatos de autodiagnóstico, em que indivíduos se identificam com os sintomas de autismo e aderem seu sentido para si. Ocorrem tensões entre aqueles que, por um lado, vão defender a autoridade da medicina e da ciência e, por outro, a autoridade da experiência, criando um conflito sobre quem tem a legitimidade para definir o que é o autismo. Questões como a crise contemporânea do especialista, paciente expert, democratização da ciência, midiatização da saúde e novo cenário comunicacional são caras ao trabalho e atravessam o tema que envolve o autodiagnóstico e o espectro autista. Esta tese tem como objetivo investigar as relações entre comunicação em rede e o acesso a informações sobre autismo na construção do autodiagnóstico, percebendo os sentidos postos em circulação nas narrativas sobre si. A partir da análise de discurso de inspiração foucaultiana, pautada no conceito de raridade discursiva, buscamos compreender o fenômeno pela análise da rede social Twitter ao mapear e analisar tweets contendo os termos “autodiagnóstico” e “autismo” e pelo aprofundamento por meio de entrevistas com pessoas autodiagnosticadas autistas e profissionais de equipes médicas e multidisciplinares. O autodiagnóstico, mesmo que sem consenso ou validação, representa uma maneira acessível de dar sentido ao sentimento de diferença, abre a oportunidade de pertencer a um grupo e dividir experiências e vivências com semelhantes, seu estudo permite acessar diferentes camadas do debate contemporâneo sobre especialistas, classificações sociais e subjetividade contemporânea.

Aluna: Laís Giupponi de Souza Silva

Orientadora: Kátia Lerner

Banca: 

Titulares: 

Dr.a Daniela Muzi (PPGICS/Icict/Fiocruz) 

Dr. Paulo Roberto Gibaldi Vaz (POS-ECO/PPGCOM/UFRJ)   

 Suplente: 

Dr.a Janine Miranda Cardoso (PPGICS/Icict/Fiocruz) 

Nível
Segundo orientador
Banca

Tese de Doutorado - Entramos na rede: a experiência de construção do blogue “Libertando a Mente” por cidadãos em sofrimento mental

Tipo de evento
Data
Local
Sala 402 – Prédio Sede Campus Maré
Resumo

Resumo: A partir do final do Século XX se desenhou um quadro de ampliação da conectividade através das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTICs). Esse cenário gerou disputas pela apropriação das NTICs e movimentou as relações de poder no âmbito mundial. As NTICs passaram a estar presentes em todas as esferas da vida cotidiana. Seus usos e apropriações na saúde se tornaram grande preocupação, particularmente no campo da saúde mental, onde a Reforma Psiquiátrica Brasileira buscou promover a desinstitucionalização de pessoas em sofrimento mental e construir um novo paradigma. Nesse sentido, a apropriação das NTICs por sujeitos em sofrimento mental se tornou estratégica. Esta Tese analisa a experiência do projeto “Eu quero entrar na rede”, realizado por 10 cidadãos em sofrimento mental, usuários do Centro de Atenção Psicossocial II Carlos Augusto Silva Magal (CAPS-Magal), localizado na Comunidade de Manguinhos, na cidade do Rio de Janeiro. Eles construíram, de forma autônoma, entre 2018 e 2019, o Blogue “Libertando a Mente”. Esta experiência contou com o apoio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fundação Oswaldo Cruz e foi realizado no Laboratório Internet, Saúde e Sociedade (LaISS), vinculado ao Centro de Saúde Escola Germano Sinval de Faria da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. Foi realizado em parceria com o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (LAPS). Esta tese está organizada em três eixos temáticos centrais: Comunicação e Saúde, Saúde Mental e Educação Popular em Saúde. A questão orientadora está associada ao debate sobre o empoderamento e o protagonismo dos usuários por meio do uso e apropriação das NTICs. Objetivos: analisar de que forma os processos comunicacionais empregados se inserem na trajetória de vida e terapêutica dos usuários participantes; identificar as contribuições para o protagonismo e na vida de cada um dos participantes; explicar em que medida esta participação promoveu mudanças de lugar social dos participantes em suas redes comunitárias/relacionais; discernir as mudanças ocorridas na evolução do tratamento farmacológico e biomédico a partir da participação do projeto. Metodologicamente a pesquisa esteve dividida em duas abordagens: relato de experiência e História Oral. Na primeira, foi feito um relato de experiência baseado nos materiais produzidos pelos usuários participantes e pela equipe do projeto durante sua realização. Em um segundo momento, foram entrevistados 18 pesquisadores-cidadãos envolvidos, direta ou indiretamente, com o projeto utilizando a História Oral. São eles: usuários participantes, seus familiares e profissionais do CAPS-Magal. Resultados: o trabalho demonstra que as atividades para a construção do blogue contribuíram com o empoderamento e o protagonismo dos participantes. Este empoderamento se deu em diferentes frentes, pois aumentou as habilidades para manuseio das NTIC, potencializou laços de amizade entre os participantes, interferiu no tratamento e retomada de vida reduzindo a presença da biomedicina e dos recursos farmacológicos e potencializou o autoconhecimento e a autoconfiança dos sujeitos. Conclusão: a apropriação das NTICs pode ser um instrumento para potencializar o empoderamento e a promoção do protagonismo de pessoas em sofrimento psíquico servindo como alternativa ao tratamento biomédico e farmacológico.

Aluna: Bruna Vanessa Dantas Ribeiro

Orientador: André de Faria Pereira Neto (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Segunda Orientadora: Ana Paula Freitas Guljor (LAPS/Ensp/Fiocruz)

Banca:

Titulares

Dr.  Igor Pinto Sacramento (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Dr.  Wilson Couto Borges (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Dr. Paulo Duarte de Carvalho Amarante (LAPS/Ensp/Fiocruz)

Dr. David Baião Nemer (University of Virginia)

Suplentes

Dr.ª Pâmela Araújo Pinto (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Dr.ª Tânia Cristina de Oliveira Valente (PPGENFBIO/Unirio)

Nível
Segundo orientador
Banca

Qualificação de Doutorado - título: Título: Pelos filhos da epidemia de Zika no Brasil: o caminho do conhecimento científico até a atenção à saúde

Tipo de evento
Data
Local
Local: Sala 402 – Prédio Sede Campus Maré
Resumo

Resumo: Nas últimas décadas, o setor de saúde encontra-se sob enorme pressão devido às mudanças tecnológicas que estão afetando o sistema como um todo, à crescente solicitação de prestação de serviços a uma população que cada vez mais carece destes, ao surgimento de novas epidemias e às restrições orçamentárias governamentais de muitas economias pelo mundo. Em todo o mundo, os tomadores de decisão na área de saúde se dedicam a encontrar estratégias que contribuam para maximizar a absorção de conhecimento científico, em rápida evolução, na prática de saúde. Neste sentido, preencher a lacuna do “saber-fazer” é um dos mais importantes desafios para a saúde pública, assim como também representa a maior oportunidade para fortalecer sistemas de saúde. Este projeto de tese tem como objetivo contribuir nesta discussão, e se dedica a explorar e refletir sobre algumas perspectivas do processo de Translação do Conhecimento para investigar se e como o conhecimento “viaja”, da pesquisa científica para o cuidado em saúde, no âmbito dos sistemas de saúde, quando em situações de epidemia. Ao cabo intenta-se desenvolver uma metodologia para cartografar o caminho que o conhecimento científico percorre desde a academia até os profissionais de saúde na Atenção à Saúde, com foco sobre arboviroses, em especial, no tocante a última epidemia de arbovirose que se deu no Brasil, a epidemia de Zika, em 2015. Aqui, o foco na discussão da Translação de Conhecimento se dá na perspectiva dos itinerários dos pesquisadores/profissionais entre os diversos espaços que, teoricamente, conectam ciência e saúde. Para alcançar tal propósito, optou-se por uma metodologia quantitativa, de carácter exploratório, utilizando-se como principais bases de dados a Plataforma Lattes do CNPq e o Portal da Transparência dos Governos Federal e Estadual, por acreditar que são bases idiossincráticas que explicitam, de forma complementar, as competências individuais e como elas “viajam” no ecossistema da saúde. A expectativa é que, por meio desta pesquisa, seja possível compreender, na prática, se e como configuram as dinâmicas e os fluxos de conhecimento entre os diversos atores que transitam profissionalmente na temática da Zika e microcefalia em neonatos no Brasil. Acredita-se que o problema não está na geração de conhecimentos e sim como estes alcançam os seus praticantes na prática de saúde, logo, não se trata de pensar que a Ciência fez muito pouco para a saúde, mas sim, em refletir como esses conhecimentos chegam a quem, de fato, os utiliza e os necessita, que são os filhos herdeiros da epidemia de Zika no Brasil.

Aluna: Maria de Fátima Ebole de Santana

Orientadora: Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Segundo Orientador: Jesús Pascual Mena-Chalco (Poscomp/UFABC) 

Banca:

 Titulares

Dr.a Cícera Henrique da Silva (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Dr. Fábio Castro Gouveia (PPGDC/COC/Fiocruz

Suplente:

Dr.a Rosane Abdala Lins (PPGICS/Icict/Fiocru)

Nível
Segundo orientador
Banca

Qualificação de doutorado - Pelos filhos da epidemia de Zika no Brasil: o caminho do conhecimento o científico até a atenção à saúde

Tipo de evento
Data
Local
Sala 402 – Prédio Sede Campus Maré
Resumo

 

Resumo: Nas últimas décadas, o setor de saúde encontra-se sob enorme pressão devido às mudanças tecnológicas que estão afetando o sistema como um todo, à crescente solicitação de prestação de serviços a uma população que cada vez mais carece destes, ao surgimento de novas epidemias e às restrições orçamentárias governamentais de muitas economias pelo mundo. Em todo o mundo, os tomadores de decisão na área de saúde se dedicam a encontrar estratégias que contribuam para maximizar a absorção de conhecimento científico, em rápida evolução, na prática de saúde. Neste sentido, preencher a lacuna do “saber-fazer” é um dos mais importantes desafios para a saúde pública, assim como também representa a maior oportunidade para fortalecer sistemas de saúde. Este projeto de tese tem como objetivo contribuir nesta discussão, e se dedica a explorar e refletir sobre algumas perspectivas do processo de Translação do Conhecimento para investigar se e como o conhecimento “viaja”, da pesquisa científica para o cuidado em saúde, no âmbito dos sistemas de saúde, quando em situações de epidemia. Ao cabo intenta-se desenvolver uma metodologia para cartografar o caminho que o conhecimento científico percorre desde a academia até os profissionais de saúde na Atenção à Saúde, com foco sobre arboviroses, em especial, no tocante a última epidemia de arbovirose que se deu no Brasil, a epidemia de Zika, em 2015. Aqui, o foco na discussão da Translação de Conhecimento se dá na perspectiva dos itinerários dos pesquisadores/profissionais entre os diversos espaços que, teoricamente, conectam ciência e saúde. Para alcançar tal propósito, optou-se por uma metodologia quantitativa, de carácter exploratório, utilizando-se como principais bases de dados a Plataforma Lattes do CNPq e o Portal da Transparência dos Governos Federal e Estadual, por acreditar que são bases idiossincráticas que explicitam, de forma complementar, as competências individuais e como elas “viajam” no ecossistema da saúde. A expectativa é que, por meio desta pesquisa, seja possível compreender, na prática, se e como configuram as dinâmicas e os fluxos de conhecimento entre os diversos atores que transitam profissionalmente na temática da Zika e microcefalia em neonatos no Brasil. Acredita-se que o problema não está na geração de conhecimentos e sim como estes alcançam os seus praticantes na prática de saúde, logo, não se trata de pensar que a Ciência fez muito Ministério da Saúde FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz pouco para a saúde, mas sim, em refletir como esses conhecimentos chegam a quem, de fato, os utiliza e os necessita, que são os filhos herdeiros da epidemia de Zika no Brasil.

Orientadora: Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Segundo Orientador: Jesús Pascual Mena-Chalco (Poscomp/UFABC)

Banca:

Titulares

Dr.a Cícera Henrique da Silva (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Dr. Fábio Castro Gouveia (PPGDC/COC/Fiocruz)

Suplente

Dr.a Rosane Abdala Lins (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Nível
Segundo orientador
Banca

Título da tese: Translação e Implementação do Conhecimento no Campo da Saúde Mental: o lugar dos processos de formação

Tipo de evento
Data
Local
Sala 402 – Prédio Sede Campus Maré
Resumo

Resumo: Este trabalho é um estudo descritivo e exploratório que parte do reconhecimento de que as evidências científicas no campo da saúde levam muitos anos para serem implementadas, o que pode representar mortes evitáveis, além de fragilizar o cuidado. Esta realidade é, reconhecidamente, mais evidente no campo da saúde mental, mesmo com a alta prevalência dos transtornos mentais. Embora evidências científicas apontem que o cuidado em saúde mental deve se dar prioritariamente no território, e que o melhor do conhecimento disponível deve estar ao alcance de todos os profissionais de saúde e da comunidade, isso não se verifica na realidade. Translação do Conhecimento (TC), Ciência da Implementação (CI) e Pesquisa de Implementação (PI) congregam linhas de investigação, com abundante literatura, que se debruçam sobre o necessário movimento da evidência à prática da saúde, onde os processos formativos ocupam lugar de destaque, ainda que pouco discutido. Nesse sentido, esse trabalho utilizou como referência para análise uma ação formativa pioneira no campo da saúde mental, encabeçada pelo Ministério da Saúde, o projeto Caminhos do Cuidado - Formação em Saúde Mental (Crack, álcool e outras drogas), durante os anos 2013 a 2015, e buscou identificar e analisar se e como os processos formativos são indutores da translação do conhecimento. Uma análise dirigida da literatura se somou à pesquisa documental e entrevistas com atores-chave que participaram da organização e implementação do Projeto para que, juntas, fossem discutidas à luz do framework, Consolidated Framework for Implentation Research (CFIR). Enfatiza-se o papel limitado das ações educativas no processo de TC, destacando a importância de um olhar para o processo de implementação. Por fim, apresenta uma matriz de dimensões orientadoras que contribuem com as futuras ofertas de formação envolvidas no campo da saúde mental considerando os aspectos da TC e CI.

Aluna: Elzimar Evangelista Peixoto Pinto

Orientadora: Maria Cristina Soares Guimarães (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Banca:

Titulares

Dr.ª Cícera Henrique da Silva (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Dr.ª Kátia Lerner (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Dr.ª Pilar Rodriguez Belmonte (EPSJV/FIOCRUZ)

Dr.ª Maria Inês Badaró Moreira (PPGICS/UNIFESP)

Suplentes

Dr.ª Rosane Abdala Lins (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Dr. Alexandre Teixeira Trino (IESC/UFRJ)

 

 

Nível
Segundo orientador
Banca

Título: Identidades, sociabilidades e sentidos sobre a carga viral indetectável: uma análise de narrativas biográficas de pessoas que vivem com HIV

Tipo de evento
Informações

Banca:

Titulares

Dr.a Janine Miranda Cardoso (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Dr.a Mariana Ramalho Procópio Xavier (PPGLETRAS/UFV)

Suplente

Dr.a Daniela Muzi (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Data
Local
Local: Sala 402 – Prédio Sede Campus Maré
Resumo

Resumo: O advento dos medicamentos antirretrovirais representou um dos maiores avanços biotecnológicos para lidar com a epidemia de HIV/aids, garantindo mais expectativa e qualidade de vida para as pessoas infectadas. Com a adesão e manutenção do tratamento, o vírus, embora ainda latente no organismo, é suprimido a ponto de não ser mais detectado em exames, o que consiste na chamada carga viral indetectável. Já foi cientificamente comprovado que, nesse estágio, o vírus não é transmitido sexualmente, ou seja, que indetectável é o mesmo que intransmissível. A partir disso, o indetectável tornou-se um novo status em relação ao HIV, não apenas exigido, como também procurado, afirmado, exibido e celebrado. Com base nesse contexto, a presente tese tem como problema de pesquisa a emergência do indetectável na contemporaneidade, como um novo objeto que modifica a epidemia de HIV/aids e adquire existência à medida em que é discursivizado, daí o interesse de analisar os discursos sobre ele. Para tanto, a partir da Semiolinguística, serão analisadas narrativas biográficas de pessoas que vivem com HIV e estão com a carga viral indetectável. O corpus será composto, portanto, por depoimentos da campanha Indetectável, do Ministério da Saúde; vídeos do canal Super Indetectável no YouTube; postagens das páginas do projeto Posithividades no Instagram e TikTok; e entrevistas que serão realizadas com membros do grupo no Facebook da Rede Mundial de Pessoas que Vivem e Convivem com HIV. A partir desses relatos, o objetivo principal é compreender como as novas bioidentidades e biossociabilidades em torno da carga viral indetectável se configuram e reconfiguram a subjetividade das pessoas que vivem com HIV com a constituição de novos sujeitos, os indetectáveis. E, especificamente, a pesquisa pretende investigar o processo de construção das narrativas por esses sujeitos e de reconstrução de suas vivências com HIV e perceber quais e como são produzidos, circulados, negociados, apropriados e ressignificados os sentidos sobre o vírus e a carga viral indetectável, sobre si mesmos e o grupo de pessoas com a mesma condição sorológica.

Aluno: Robson Evangelista dos Santos Filho

Orientador: Igor Pinto Sacramento (PPGICS/Icict/Fiocruz)

Banca:

Titulares

Dr.a Janine Miranda Cardoso (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Dr.a Mariana Ramalho Procópio Xavier (PPGLETRAS/UFV)

Suplente

Dr.a Daniela Muzi (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ)

Data: 12/05/2023 - sexta-feira / Horário: 10h

Local: Sala 402 – Prédio Sede Campus Maré

Nível
Segundo orientador
Banca

Defesa de Tese de Doutorado

Tipo de evento
Informações

Título: Desafios para a adoção de Inteligência Artificial pelo Sistema Único de Saúde (SUS): ética, transparência e interpretabilidade

ResumoNos últimos anos, aplicações que utilizam componentes baseados em Inteligência Artificial (IA) têm se tornado onipresentes em nosso cotidiano. No campo da saúde, ao mesmo tempo em que a IA pode promover enormes avanços, uma questão que se apresenta, e que é desafiadora para a sua adoção, é fazer com que o seu uso seja justo e não discriminatório contra pessoas, grupos, comunidades, populações e instituições. Outra característica marcante é que parte do êxito recente das aplicações baseadas em IA está relacionada a modelos cada vez mais complexos, sacrificando o entendimento humano sobre o seu funcionamento. Em áreas potencialmente sensíveis como a saúde, a falta de transparência é uma limitação que pode ocultar tratamentos discriminatórios ou, por falta de confiança na solução, funcionar como uma barreira para a adoção da tecnologia, o que pode levar a perda de enormes oportunidades para a melhoria do acesso aos serviços de saúde. Esta pesquisa, no primeiro momento, se concentra em identificar os fatores, técnicos, regulatórios e éticos, que podem contribuir para a construção de um ambiente mais adequado para o desenvolvimento da IA nos serviços de saúde. Em seguida, busca compreender como o funcionamento dos métodos de interpretabilidade, que podem fornecer, para modelos de IA reconhecidamente pouco transparentes (black boxes), alguma interpretabilidade e como isso pode impactar os serviços de saúde. Para isso, foi criado um experimento contrafactual relacionado a multiplicidade preditiva e consistência de explicações por meio de listas de importância dos atributos de quatro dos principais modelos de predição (classificação). Esta é uma pesquisa construída com um olhar para o Sistema Único de Saúde (SUS) e, especialmente, o seu princípio doutrinário da Equidade. Com isso, esperamos que o uso de IA na saúde possa contribuir para mitigar os efeitos das iniquidades sociais e econômicas, não para perpetuá-las ou agravá-las, ao criar um ambiente mais transparente e confiável.

Aluno: Jefferson da Costa Lima

Orientador: Marcel de Moraes Pedroso (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Segundo Orientador: Christovam de Castro Barcellos Neto (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

 Banca:

Titulares 

 Dr. Rodrigo Murtinho de Martinez Torres (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Dr. Ricardo Antunes Dantas de Oliveira (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Dr. Flávio du Pin Calmon (SEAS/HARVAD) 

Dr. Alexandre Dias Porto Chiavegatto Filho (LABDAPS/FSP/USP) 

Dr. Fábio André Machado Porto (DEXL/LNCC) 

 Suplentes

Drª. Renata de Saldanha da Gama Gracie Carrijo (PPGICS/ICICT/FIOCRUZ) 

Dr. Eduardo Soares Ogasawara (PPCIC/CEFET-RJ) 

Data: 19/07/2022  -  3ª feira  / Horário: 14h 

Sala Virtual: https://us06web.zoom.us/j/84215381684?pwd=M050a3kxMFAwdnMrb24wNCt1ZEJpZz09 

Senha: 202898 

Data
Local
Zoom
Resumo

Nos últimos anos, aplicações que utilizam componentes baseados em Inteligência Artificial (IA) têm se tornado onipresentes em nosso cotidiano. No campo da saúde, ao mesmo tempo em que a IA pode promover enormes avanços, uma questão que se apresenta, e que é desafiadora para a sua adoção, é fazer com que o seu uso seja justo e não discriminatório contra pessoas, grupos, comunidades, populações e instituições. Outra característica marcante é que parte do êxito recente das aplicações baseadas em IA está relacionada a modelos cada vez mais complexos, sacrificando o entendimento humano sobre o seu funcionamento. Em áreas potencialmente sensíveis como a saúde, a falta de transparência é uma limitação que pode ocultar tratamentos discriminatórios ou, por falta de confiança na solução, funcionar como uma barreira para a adoção da tecnologia, o que pode levar a perda de enormes oportunidades para a melhoria do acesso aos serviços de saúde. Esta pesquisa, no primeiro momento, se concentra em identificar os fatores, técnicos, regulatórios e éticos, que podem contribuir para a construção de um ambiente mais adequado para o desenvolvimento da IA nos serviços de saúde. Em seguida, busca compreender como o funcionamento dos métodos de interpretabilidade, que podem fornecer, para modelos de IA reconhecidamente pouco transparentes (black boxes), alguma interpretabilidade e como isso pode impactar os serviços de saúde. Para isso, foi criado um experimento contrafactual relacionado a multiplicidade preditiva e consistência de explicações por meio de listas de importância dos atributos de quatro dos principais modelos de predição (classificação). Esta é uma pesquisa construída com um olhar para o Sistema Único de Saúde (SUS) e, especialmente, o seu princípio doutrinário da Equidade. Com isso, esperamos que o uso de IA na saúde possa contribuir para mitigar os efeitos das iniquidades sociais e econômicas, não para perpetuá-las ou agravá-las, ao criar um ambiente mais transparente e confiável.

Nível
Segundo orientador
PPGICS ou Externo
do PPGICS